Presidente ganhou eleição, mas não é dono do país
Não é pessoal crítica à ida de Eduardo Bolsonaro para EUA
Blog do Kennedy
O presidente Jair Bolsonaro tem tratado como pessoal a crítica à sua pretensão de indicar o filho Eduardo Bolsonaro para embaixador em Washington. Não é pessoal. A crítica é à qualificação para o posto nos Estados Unidos.
Bolsonaro repetiu hoje a ameaça de nomear o filho para o Itamaraty se o Senado não aprovar o nome do deputado federal para embaixador. Também voltou a dizer que ganhou a eleição e que o país tem de aceitar suas decisões e discursos.
Bolsonaro ganhou a eleição, mas não é dono do Brasil. Há lei e Constituição a serem respeitadas. Afirmar que indicaria Eduardo Bolsonaro para substituir Ernesto Araújo no Ministério das Relações Exteriores é uma pressão indevida sobre o Senado, que tem a missão de aprovar a indicação de embaixadores.
O filho do presidente também tem misturado o público e o privado em suas viagens internacionais. Recentemente, ele postou numa de suas redes sociais uma foto com um bilionário da Indonésia segurando um cheque simbólico de R$ 31 bilhões que sugere investimentos diretos no Brasil nos próximos anos. O bilionário é do ramo de celulose.