Presos denunciam práticas abusivas e descaso no Presídio de Itaquitinga 2

Por Juliana Albuquerque 

Detentos do Presídio de Itaquitinga 2, o PIT2,  enviaram uma carta ao Blog do Magno Martins denunciando a situação degradante em estão vivendo na unidade prisional. De acordo com o relato, diante do abandono do Estado e das situações abusivas e degradantes que eles têm passado, os detentos darão início a uma greve de fome para reivindicar seus direitos de ter o básico para sobreviver enquanto cumprem suas penas.

“Os banheiros da unidade prisional não têm ventilação, iluminação e vivem alagados, além de não ter o mínimo de higiene”, afirma trecho da carta. Na denúncia, também afirmam que no presídio não há nenhum tipo de suporte médico e que detentos que passaram por alguma intervenção cirúrgica estão sem acesso até a medicamentos, o que tem provocado infecções graves nessas pessoas.

Além disso, denunciam que no espaço não há atendimento odontológico nem tão pouco qualquer atividade de ressocialização, como uma escola, aplicação de cursos ou qualquer atividade nesse sentido. “A governadora está nos usando para fazer uma maquiagem do Governo, pois a cadeia está sendo terminada conosco dentro. Como podem falar em ressocialização desse jeito?”, questiona outra parte da publicação.

Ainda de acordo com o relato, para os novos presos que chegam na unidade, a informação é que não há sequer colchões, lençóis, copos e muito menos qualquer distribuição de kit de higiene para apenados. “Há casos em que os que chegam passam mais de dez dias sem escovar os dentes, comendo com as mãos e com as mesmas roupas de quando entraram e sem qualquer material de higiene pessoal”, discorre a carta.

No relato, informam que até a comida servida tem sido insuficiente para saciar a fome dos apenados, que ainda se veem diante de práticas abusivas por parte da força de intervenção federal, a Força Nacional Penal. Esses policiais atuam na unidade há mais de um ano, ocupando o lugar que deveria ser destinado aos 864 policiais penais aprovados no último certame em Pernambuco, mas que seguem ser nomeados pelo Governo do Estado até o momento.

“Esses agentes da Força Nacional estão entrando nas celas para nos oprimir, para retirar e jogar no lixo o que os nossos familiares nos trazem. Esses mesmos agentes da Força Nacional estão dando ordens para os internos tirarem a vida de outros internos. Estão constantemente fazendo mudanças nas celas, juntando inimigo com inimigo e dizendo que quem manda lá são eles e que para eles não existem Direitos Humanos”, detalha outro trecho da carta.

Na carta, ainda revelam que esses mesmos policiais estão impedindo a realização de visitas íntimas dos presos, que deveria ocorrer a cada 15 dias, mas que são realizadas, após muito constrangimento, em ambiente insalubre, uma vez por mês.

A denúncia também se aplica a revista vexatória na qual os familiares dos presos têm sido submetidos. Para expor a situação e cobrar condições dignas aos internos do PIT2 e aos seus familiares, haverá um ato de protesto realizado pelas mães, irmãs e esposas dos detentos, às 8h, amanhã, em frente do Palácio do Campo das Princesas.

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