Primeira entrevista de Jorge Lobo após sua saída da Prefeitura de Uauá
Da Redação
O ex-prefeito de Uauá, Jorge Lobo (PRTB), esteve no município durantes os festejos juninos, quando concedeu sua primeira entrevista, desde que deixou a Prefeitura do Município. Na Rádio Comunitária Luz do Sertão FM, o locutor Francisco Tavares, conhecido como Prolepse, conduziu uma serie de perguntas feita por ouvintes, que haviam sido deixadas previamente na rádio.
Na ocasião o ex-prefeito ocupou mais de duas horas de programa para defender sua gestão administrativa de oito anos, da qual saiu, ainda que não por esse motivo, com seu diploma de prefeito cassado, atacou a atual gestão municipal, principalmente pela realização dos festejos juninos e soltou muitas indiretas a representantes de partidos políticos em Uauá.
O programa foi iniciado com a música “Que país é esse?”, que critica justamente, a corrupção que existe no Brasil, desde seus pequenos municípios até o governo federal. Inicialmente, o locutor pediu que Jorge Lobo se definisse enquanto cidadão. “Hoje me sinto realizado porque fui eleito e reeleito em Uauá, uma cidade em que sonhei que um dia pudesse fazer alguma coisa”, depois de listar uma serie de benfeitorias, que segundo ele, trouxe ao município, declarou que: “Você faz o que pode fazer, mas é preciso abrir espaço pra outras pessoas entrarem na política. Aprendo muito mais fora da prefeitura sobre o que é bom ou ruim pra Uauá. Hoje me considero um cidadão realizado, o que planejei pra minha vida consegui”.
Disse que não torcia para que a atual administração fosse ruim. “Torço para que melhore, que procure um eixo, que saia dos erros. A gente nunca faz tudo porque se não, não precisaria novos gestores”.
Respondendo a uma pergunta sobre os inúmeros processos e reponde na justiça e contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas, disse:
“Na verdade o TCM não julga ele dá um parecer técnico, tive sim algumas contas rejeitados pelo TCM, mas que foram aprovadas na Câmara, porque quem julga é a Câmara de Vereadores. Pra mim essa rejeição do Tribunal é contestável porque a Lei de Responsabilidade Fiscal está atrasada e precisa de outro formato. Até 2011 a Câmara me isentou de qualquer coisa. A de 2012 ainda não consegui aprovar, mas estou tentando”.
Quando questionado sobre que nota daria a seu governo disse que se premiaria com um oito. “Não vou dizer 10 porque …. enfim. Mas dou um oito”.
Outra pergunta que colocou Lobo em situação difícil, foi a respeito do não pagamento do mês de dezembro e 13º salário do servidor em 2012. “É preciso dizer que não foi de todos os servidores e sim de alguns. O orçamento foi estourado pela reintegração de alguns professores, não que o município não precisasse, mas isso gerou uma grande despesa”.
Sobre o São João, Lobo provocou a atual administração, disse que o atual prefeito não ouviu a Justiça, que em 2012, ele foi chamado pelo Ministério Público, para contar as despesas e atendeu, diminuindo os dias de festa. “A gente às vezes precisa dar um passo atrás”. Jorge Lobo chegou a dizer que um dos motivos para ele ter reduzido os dias do festejo, em seu governo, era a reclamação das mães de que não tinham dinheiro pra comprar roupas para as filhas para muitos dias de festa.
Se ainda pretende concorrer a alguma eleição em Uauá disse que sua maior meta é coordenar aquela mesma aliança com o PT e que o candidato pode ser qualquer um. “Não posso dizer agora, que serei eu o candidato”.
Sobre a sua atual condição profissional, disse que está trabalhando no Banco do Brasil em Juazeiro, onde logo irá se aposentar, e que foi convidado pelo prefeito de Juazeiro, para ser diretor se seu gabinete, proposta que está estudando.
Jorge Lobo assegurou seu total apoio a candidatura de Lindomar Dantas, na ultima eleição, disse inclusive que o PT só tem em Uauá cerca de 600 votos e que se na ultima eleição teve mais de 7 mil foi porque ele transferiu os seus votos.
O ex-prefeito se irritou já no final do programa, quando atribuiu ao PC do B, a derrota de Lindomar na ultima eleição. “O PC do B deveria ter apoiado Lindomar, porque a nível estadual e federal é aliado do PT. Se muitos partidos da esquerda tivessem vindo para a aliança nós teríamos os 95 votos, que faltaram”.