Príncipe do Grão Pará, o filho da Princesa Isabel que desistiu do direito de possivelmente assumir o trono
Decisão de Dom Pedro de Orleans e Bragança acabou gerando obstáculos para seus familiares no futuro
A história da família imperial brasileira está diretamente ligada com a construção histórica do Brasil. Nas últimas semanas, muito tem se falado sobre este período, principalmente sobre o Segundo Reinado, compreendido entre 1840 a 1889.
Tal fato se deve graças ao lançamento da telenovela “Nos Tempos do Imperador”, transmitida pela Rede Globo. A produção reproduz a saga da família imperial brasileira cin fato e ficção, sendo a continuação da trama “Novo Mundo”, transmitida pela mesma emissora, em 2017.
A partir disso, muitos telespectadores ficaram fascinados com a história de dom Pedro II, de sua esposa Teresa Cristina e dos demais membros da família imperial. Além disso, outras trajetórias chamam a atenção dos brasileiros, como o caso da saga dos herdeiros do último imperador do país.
O Príncipe do Grão Pará
Filha de Dom Pedro II e Teresa Cristina, a princesa Isabelse casou com o Gastão de Orléans, o Conde d’Eu, em 1864. A união resultou no nascimento de três meninos e uma menina: Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança; Antônio Gastão de Orléans e Bragança; Luís de Orléans e Bragança e Luísa Vitória de Orléans e Bragança.
Nascido em 15 de outubro de 1875, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, dom Pedro de Orleans e Bragança, o Príncipe do Grão Pará, era o segundo filho mais velho do casal. A primogênita, Luísa Vitória de Orléans e Bragança, nasceu morta em 1874, fato que colocou o rapaz na linha de sucessão ao trono.
Contudo, a história quase teve um final triste novamente. Logo nos primeiros minutos de vida, o rapaz nasceu sufocado, mas felizmente ele foi reanimado a tempo. Por outro lado, o problema no parto lhe causou uma lesão no plexo braquial esquerdo, que resultou em uma paralisia em uma das mãos e nos dedos.
Nos anos seguintes, o herdeiro viveu no Paço Isabel — atual Palácio Guanabara — sendo educado por preceptores. No entanto, sua vida mudou por completo em 1889, com a Proclamação da República. Com o fim da monarquia, o rapaz foi exilado ao lado da família.
Em seguida, ele se estabeleceu no Castelo d’Eu, na Normandia, França. Mais tarde, estudou no Império Áustro-Húngaro, onde serviu no exército do país em que estava exilado.
Abdicação ao trono
Em 1908, Dom Pedro de Orleans e Bragança se casou com Elizabeth Dobrezenicz, uma jovem que não possuía título de nobreza. A união foi celebrada em Versalhes, na França, após oito anos de namoro e noivado.
Na época, o Príncipe do Grão Pará optou por abdicar ao trono (enquanto o Brasil já vivia a República) e oficializar o matrimônio com a sua amada. Tal fato contrariou os desejos da família imperial, mas levou o seu irmão, Dom Luis de Orleans e Bragança, a se tornar o novo sucessor da monarquia brasileira.
O primogênito retornou ao Brasil durante a década de 1930, onde se estabeleceu na região ao lado da família. Além disso, ele chegou a ser escolhido como o presidente de honra do Instituto Histórico de Petrópolis.
Ele veio a óbito em 1940. Já em 1990, seus restos mortais e de sua esposa foram transferidos para Mausoléu Imperial, na Catedral de São Pedro de Alcântara, sendo sepultados ao lado das tumbas de seus familiares.
A polêmica real
De acordo com o portal G1, os descendentes do neto da princesa Isabel, se estabeleceram em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.
Dom Pedro Gastão, filho mais velho de Dom Pedro de Orleans e Bragança e Elizabeth Dobrezenicz, antes de vir a óbito em 2007, se declarava o herdeiro legítimo da coroa.
No entanto, por conta do documento assinado pelo seu pai, ele perdeu as chances de assumir o trono, caso um dia a monarquia fosse restaurada no Brasil.