Professores estaduais cobram transparência da APLB em Salvador

Djalma Júnior

Professores do Estado da Bahia não estão nada satisfeitos com a atenção, ou melhor, falta dela, por parte da atual direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (APLB) na busca por uma melhor qualidade no ensino público estadual. Em contato com o Bocão News, nesta segunda-feira (24), algumas representantes da classe se mostraram preocupados com o não atendimento de alguns direitos, baseados em leis nacionais, como o cumprimento da Lei 11.738/08, que criou o piso salarial de R$ 950 para os professores do ensino público no Brasil e a realização da assembleia com professores do Estado.Segundo os militantes, que possuem uma página em uma rede social reunindo quase 18 mil participantes, na próxima sexta-feira (28) haverá um protesto em frente ao prédio da APLB para realização de um manifesto solicitando agendamento para a assembleia e demais reivindicações.

Insatisfeitos, os professores afirmam que docentes da rede municipal ganharam o 14º salário enquanto os professores da rede estadual terão no total 5,91% de aumento, porcentagem linear a todos os servidores públicos, divulgada nesta segunda-feira (21). Segundo a proposta, o valor será assim dividido: 2% em abril, retroativos a janeiro, e 3,84% sobre o salário de abril, no mês de setembro, desrespeitando a data-base dos professores.Os educadores dizem ainda que houve, sim, uma qualificação profissional, mas que para ter “em mãos” este dito reajuste deveriam participar de cursos, porém pessoas em licença médica e em estágio probatório não poderiam participar. “Não foi um aumento real. Apenas uma promoção”, pontuam os professores.

Para estes professores, o sindicato tem como base dinâmica de trabalho o cenário político atual da Bahia. De acordo com a análise de um dos profissionais, a própria página virtual oficial do sindicato apresenta total favorecimento ao governo, “eles utilizam o espaço para fazer política partidária ao Estado” e afirmam ainda que “o aumento prometido de 36% pelo governo estadual, em 2013, não existiu”.

Uma das grandes lutas, segundo os professores estaduais, está acerca da realização de uma assembleia com estes profissionais e cobrar do sindicato qual seria a política salarial do ano corrente. “A APLB se mantém omissa quando solicitamos esta atividade. Não há uma disposição do sindicato”, dispara um dos representantes.

De acordo com informações obtidas pelo Bocão News, outra problemática seria o não cumprimento, por parte do governo atual, da data-base dos professores. “Durante esta atual gestão a data-base, que tem como determinação para o mês de janeiro nunca foi respeitada”, disparam.

Certificação

Para os professores que procuraram a redação do Bocão News, outra posição incorreta da direção da APLB, juntamente com o governo estadual, está enfatizado no incentivo à qualificação profissional. Tudo por que, segundo eles, há um erro na interpretação, por parte do governo e que o sindicato nunca se manifestou, sobre um decreto que diz que o professor só pode apresentar um certificado para qualificação a cada três anos. Foi necessário uma professora entrar na justiça, recebendo parecer no último mês de fevereiro da Procuradoria Geral do Estado, possibilitando a apresentação destes comprovantes de uma só vez.  Porém, para aqueles que apresentaram seus certificados no ano anterior e abriu algum tipo de processo, esta nova resolução impede que estes deem entrada na solicitação.

Fundeb

Uma das situações apresentadas envolve o pedido, ao governo, da abertura de contas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) da rede estadual, que segundo professores não houve cobrança por parte da APLB para que os profissionais tivessem conhecimento mais claro de valores repassados e de que forma este dinheiro estaria sendo gasto.

APLB

Para o coordenador-geral da APLB, Rui Oliveira, todas estas reivindicações não possuem fundamento. Segundo ele, o sindicato atualmente possui, aproximadamente, 38 mil sócios e é considerada a 3ª maior entidade da classe no país, demonstrando a seriedade no trabalho apresentado pela instituição.

Rui Oliveira afirmou ainda que, seria impossível que estes professores não tivessem conhecimento da concretização do ato de paralisação nacional na Bahia. “O sindicato utilizou diversas ferramentas de comunicação para divulgar a atividade uma semana antes e afirmou “que tudo isto, não passa de mentiras e um posicionamento partidário. É uma imbecilidade pensar desta forma”, concluiu.

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