PT evita enfrentamento com Lídice
Próximos do afunilamento para a escolha do nome do PT para a disputa eleitoral de 2014 – ainda que tratem como uma situação interna do partido –, integrantes da comissão que decide o petista para o debate com os demais partidos da base aliada evitam enfrentar o posicionamento da senadora Lídice da Mata (PSB), que intenta ser a candidata do governador Jaques Wagner. Em conversa com a Tribuna, os parlamentares Luiz Alberto (federal) e Rosemberg Pinto (estadual) sugerem que o debate não deve ser esse, por enquanto.
“Nós estamos trabalhando para escolher o candidato do PT, que vai ser apresentado ao governador Jaques Wagner para que se iniciem as conversas com os partidos da base aliada”, evade-se Rosemberg Pinto, líder da sigla na Assembleia Legislativa. Nas entrelinhas, no entanto, ele sinaliza que um petista, independente de quem seja escolhido, tem a preferência para encabeçar a chapa majoritária no próximo ano. “O PT tem nome à altura para ser o sucessor do governador Jaques Wagner. É o partido da presidente Dilma (Rousseff) e é o partido do atual governador. Assim como é um direito de Marcelo Nilo (PDT) pleitear ser candidato a governador e é um direito da senadora Lídice também”, aponta o deputado estadual.
Apesar de se abster ao ser questionado sobre as chances de Lídice se tornar a candidata da base aliada do governador Jaques Wagner em 2014, Rosemberg indica, indiretamente, que o posicionamento do PSB no cenário nacional pode ser um empecilho para a projeção da senadora. “O candidato ao governo terá que ter o projeto de reeleição da presidente Dilma como prioridade, é isso que defendemos”, sugere o parlamentar. Mesmo assim, ele não descarta nominalmente as chances de um não petista liderar a sucessão ao Palácio de Ondina. “Nós estamos escolhendo um nome e esse nome será debatido com os partidos aliados”, avalia Rosemberg.
Posição semelhante é adotada pelo deputado federal Luiz Alberto. Frisando não falar em nome da comissão, o parlamentar considera delicado o pleito da senadora Lídice quando é considerado o cenário político nacional, que se configura para uma candidatura do PSB à presidência da República, contrária à reeleição de Dilma Rousseff. “Eu particularmente acho que é uma lógica complicada ela (Lídice) ser o nome da base, pois ela teria que ter dois palanques para a presidência. Já existiu um candidato a presidente com dois palanques no estado, mas nunca o contrário”, ponderou Luiz Alberto. Ele, assim como o correligionário na Assembleia, evita falar em decisão tomada para que o PT seja imposto na cabeça de chapa, porém admite que existe essa perspectiva.
Fonte: Tribuna