PT quer a renúncia do deputado João Paulo Cunha, condenado pelo mensalão

 

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O PT pressiona o deputado federal João Paulo Cunha (SP), condenado no julgamento do mensalão, a renunciar ao mandato assim que tiver sua prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O partido não quer passar pelo desgaste de um processo de cassação em pleno ano eleitoral. Principalmente porque é dada como certa a cassação do mandato em um processo com voto aberto no plenário da Câmara.

João Paulo, que começará a cumprir a pena em regime semiaberto, tem afirmado publicamente que não vai renunciar e que seu plano é trabalhar como deputado durante o dia e voltar à noite para a prisão para dormir. Dirigentes petistas afirmam que João Paulo está falando isso da boca para fora, porque sabe que isso não será aceito. Mas, na dúvida, ele está sendo devidamente informado de que o partido forçará sua renúncia.

Nesta semana, o vice-presidente da Câmara, deputado André Vargas (PT-PR), adiantou que o PT não tentará impedir a abertura, na Mesa Diretora, do processo de cassação contra João Paulo, como fez no caso do então deputado José Genoino (PT-SP), também condenado no julgamento do mensalão e já preso. Esse foi o primeiro recado da direção do partido.

Vargas tentou justificar a tentativa de impedir a abertura de processo de cassação contra Genoino afirmando que havia um pedido anterior de aposentadoria por invalidez, que ainda estava em análise. Ao constatar que o processo de cassação seria aberto antes de uma decisão da Câmara sobre a aposentadoria, Genoino renunciou.

— É uma situação diferente da de Genoino, em que tramitava pedido de aposentadoria anterior à prisão — disse Vargas.

Além de Genoino, os demais deputados presos após condenação no processo do mensalão renunciaram ao mandato: Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT). Em sua carta de renúncia, Henry escreveu que buscava preservar a imagem da Câmara. Já Valdemar afirmou que não pretendia impôr aos colegas o constrangimento de votar um processo de cassação.

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