PT traz de volta empréstimos do BNDES que deram calote de US$ 1,6 bilhão

Por Ricardo Antunes
É inesgotável o saudosismo do PT por experiências fracassadas, problemáticas ou obsoletas. Trouxe de volta, numa terceira versão, o PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, que no passado deixou no meio do caminho quase metade dos projetos. Tenta fazer retornar a contribuição sindical obrigatória e restrições ao trabalho nos domingos e feriados, revogadas em 2017 pela modernização da legislação trabalhista.

O PT vai ressuscitar, agora, os empréstimos do BNDES à exportação de bens e serviços de engenharia. Foram suspensos há oito anos devido à inadimplência dos governos ideologicamente simpáticos irrigados pelo caixa do banco e por causa da corrupção das empreiteiras tomadoras dos financiamentos, quase todas condenadas na Operação Lava Jato.

O governo enviou ao Congresso, há oito dias, projeto de lei que retoma este tipo de financiamento. Com apenas três artigos, o PL 5.719/2023 aterrissou na Câmara dos Deputados, mas ainda não começou a tramitar, o que deve ocorrer para valer somente em 2024, pela proximidade do recesso parlamentar, daqui a 18 dias.

Como já noticiou a coluna, criado em 1988, o programa de financiamento das exportações de bens e serviços de engenharia liberou 10,5 bilhões de dólares. Apesar de instituído em 1998, nada menos do que 88% desse total foi liberado entre 2007 e 2015, período em que o PT ocupou a presidência da República, com Lula e Dilma.

 

CALOTE BILIONÁRIO

Somam 1,6 bilhão de dólares os calotes desses empréstimos – 1,16 bilhão já vencidos e outros 463 milhões de dólares a vencer até o próximo dia 31, segundo dados do próprio banco.

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O MAIOR

O maior calote, no valor de 762 milhões de dólares, é do governo da Venezuela, onde as empreiteiras brasileiras construíram siderúrgicas, estaleiros e o metrô de Caracas, entre outras obras. Parte destes negócios foi assinada pelo presidente Lula com o então presidente Hugo Chávez em 2006.

 

O SEGUNDO MAIOR

O segundo maior inadimplente com o BNDES é o governo de Cuba, que deixou de pagar, até setembro último, 273 milhões de dólares. O calote se deve ao financiamento de 650 milhões de dólares para o porto de Mariel, a 40 quilômetros de Havana.

 

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