Qual o legado de Lucinha?

 

Por Juliana Albuquerque 

Com a saída de Lucinha Mota da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, anunciada na última quarta, após ser considerada vereadora eleita em Petrolina com a cassação de Júnior Gás (Avante), por fraude a cota de gênero nas eleições municipais de 2020, fica a pergunta. Qual o legado deixado por ela à frente da pasta?

Há dez meses, a governadora Raquel Lyra (PSDB) nomeava Lucinha Mota como secretária de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco. A credenciou para o posto, além do perfil técnico, por sua formação em Direito, a notoriedade que conquistou diante da sua incansável busca por justiça para o cruel assassinato da sua filha, a pequena Beatriz, que foi brutalmente assassinada em 2015, com apenas 7 anos.

Mas parece que cobrar é mais fácil do que fazer. Ao menos foi o que ficou claro nesses últimos meses de Lucinha à frente da Pasta que tem sob o seu guarda-chuva nada mais problemático do que o sistema prisional de Pernambuco, considerado um dos piores do Brasil.

Em sua defesa, ainda enquanto secretária, afirmou, durante visita do ministro de Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, na última terça (17), que estava trabalhado com afinco para mudar a realidade do sistema prisional de Pernambuco. “Temos a plena consciência de que ainda há muito a ser feito, mas comemoramos também as grandes mudanças já implementadas”, comentou, na ocasião, a então secretária Lucinha Mota.

Ela citou entre os feitos realizados, ações desenvolvidas pela Pasta neste ano, como a entrega da Unidade II, do Presídio de Itaquitinga, com a disponibilização de mais 996 vagas e a nomeação de 338 novos policiais penais, quase o dobro do previsto no concurso (200 PPs).

Chama atenção, contudo, que a unidade dois de Itaquitinga não foi feita pela atual gestão, já estava em andamento desde 2021. A atual gestão, como tem feito, pegou carona na obra que estava praticamente pronta para sair bem na foto.

Com relação às 338 nomeações, dita como grande ato de sua gestão, embora o edital inicial do certame do Concurso da Policia Penal tenha previsto, inicialmente, a nomeação de 200 policiais, o edital foi elaborado na pandemia e num cenário onde só existiam 2000 vagas para cargos de policiais Penais. Porém, ao fim de 2022, antes da convocação para o curso de formação, esse cenário mudou.

Foi quando a Alepe alterou a lei de cargos da polícia penal de 2000 para 4000 cargos e com autorização da PGE deu início a convocação do curso de formação, no qual, foram convocados todos 1.354 aprovados.

Fonte: Blog do Magno Martins

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *