Quando os fins justificam os meios

Opinião

Por Juliana Albuquerque 

Não é incomum na política, observamos antigos adversários partidários se unirem em prol de um projeto em comum, vislumbrando um futuro não tão distante. Ou ao contrário, os aliados de hoje, se tornarem os adversários de amanhã.

Em 2014, por exemplo, quando deixou o Governo de Pernambuco para concorrer à presidência, Eduardo Campos (PSB) integrava a base do Governo Dilma Rousseff (PT), a quem, assim que cravou seu nome como presidenciável, fez questão de proferir duros ataques à gestão da petista, até pouco tempo aliada. No ano passado, porém, já sem o líder do partido socialista, morto em um acidente aéreo em agosto de 2014, o PSB voltou a compor a mesma coligação que o PT.

Seguindo a máxima de que o adversário de ontem pode ser o aliado de amanhã, o filho de Eduardo, o prefeito do Recife, João Campos, deu, ontem, um passo na direção do que aprendeu com o pai, que por sua vez, aprendeu com o seu avô, Miguel Arraes – na política, é preciso somar forças em prol de um objetivo em comum.

Ao dar posse como secretário de Turismo a Antônio Coelho (União Brasil), filho do ex-senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), que rompeu com o PSB em 2017 para apoiar Michel Temer, e posteriormente virar líder do Governo Bolsonaro (PL), João Campos deixou esse posicionamento bem cristalino.

“Vi de perto a relação de vocês dois juntos, tendo conversas agradáveis e desagradáveis. Então, meu pai deve estar feliz de a gente construir um caminho acreditando na política e juntando um time para ajudar a cidade. Agradeço também a Miguel por conduzir o processo e sou grato pela grandeza e compreensão de como é importante respeitar a política”, afirmou João durante a posse do novo secretário de Turismo e Lazer do Recife.

Entre os três melhores prefeitos do Brasil, João Campos não vê problemas em fazer novas, mesmo que retomando antigas alianças, desde que elas estejam em sintonia com o seu projeto. Primeiro, se reeleger como prefeito do Recife no próximo ano, para posteriormente enfrentar a atual governadora Raquel Lyra (PSDB) nas majoritárias de 2026. É a clássica definição de que os fins justificam os meios.

Por: Magno Martins

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