Químico e físico francês Gay-Lussac morre em Paris

Além de contribuições no estudo de gases, cientista combinou sua atividade com política e foi deputado
 

Conhecido por sua contribuição às leis dos gases, o químico e físico francês Joseph-Louis Gay-Lussac morreu em Paris em 9 de maio de 1850. Sua principal e mais conhecida contribuição à ciência foi a formulação da lei segundo a qual um gás se expande proporcionalmente a sua temperatura (absoluta) se se mantém constante a pressão (Lei de Charles) e que aumenta proporcionalmente sua pressão se o volume se mantém constante.

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Nascido em Saint-Leonard-de-Noblat em 6 de dezembro de 1778, o cientista realizou seus primeiros estudos na região natal até que, em 1794, se dirigiu a Paris. Em 1797, ingressou na Escola Politécnica, fundada três anos antes. Sairia dali para ingressar na École des Ponts et Chaussées. Contudo, a profissão de engenheiro não lhe atraía, de modo que passaria maior parte do tempo na Politécnica, assistindo ao notável químico Claude Berthollet.

Aos 23 anos, apresentou à Academia de Ciências seu primeiro ensaio “Pesquisas sobre a Dilatação dos Gases”, conferindo descobertas realizadas por Charles em 1787. Em 1805, apresentou à Academia uma nova memória em que formula sua primeira lei sobre as combinações gasosas (Primeira Lei de Gay-Lussac) e empreende em seguida a uma viagem pela Europa com seu amigo Humboldt para estudar a composição do ar e o campo magnético terrestre.

No ano seguinte, Lussac foi eleito membro da Academia de Ciências e dois anos depois se casa com Geneviève Rojot, com quem teria 5 filhos. Na Politécnica, desenvolveu também a Lei Volumétrica. Sua tese foi publicada em 1808 e envolvia a reação entre oxigênio e hidrogênio. Foi a partir desta experiência que seu nome passou a ser usado como unidade de medida de volume de álcool. Esta unidade mede o volume de teor alcoólico das bebidas. É geralmente expressa em graus, assim usam-se graus Gay-Lussac.

Em 1809, formula sua Lei Estequiométrica em “Sobre a combinação das substâncias gasosas” e é designado professor de Química Prática na Escola Politécnica e titular da cátedra de física na recém-criada Faculdade de Ciências de Paris, na Sorbonne. No mesmo ano, demonstrou que o cloro, chamado até então de ácido muriático oxigenado, é um elemento químico simples. Esta descoberta foi realizada em paralelo também por Humphry Davy. Os caminhos de investigação de Gay-Lussac e Davy voltaram a se cruzar em 1813, quando ambos, trabalhando separadamente, descobrem o iodo.

Já em 1815 descobre o ácido cianídrico (ácido prússico). Em 1816 reinicia, junto com Arago, os ”Anais de Física e Química” do qual será o chefe de redação. Em 1818 é designado membro do Conselho de Aperfeiçoamento de Pólvoras e Salitres, aportando substanciais melhorias na composição das pólvoras, nos detonadores e nas ligas para a fabricação de canhões.

Em 1829 é nomeado chefe do Escritório de Garantia da Moeda, organismo público encarregado de zelar pela qualidade da moeda cunhada. Ali desenvolveria um novo método para determinar o teor da prata em uma liga, método que ainda hoje é utilizado.

Como muitos cientistas franceses de seu tempo, combinaria sua atividade com a política. É eleito deputado pela Haute-Vienne em 1831 e seria reeleito em 1834 e 1837. Em 1840, renuncia à Politécnica. Em 1848 afasta-se de grande parte de seus cargos e se retira para descansar em sua quinta em Lussac, perto de Saint-Léonard, onde tinha mandado construir um laboratório. Morre em Paris dois anos mais tarde, onde está enterrado no célebre cemitério Père-Lachaise.

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