Raquel não pode perder em Caruaru

Opinião

Dos 182 municípios de Pernambuco, o único que a governadora Raquel Lyra (PSDB) não pode ter um aliado derrotado nas eleições em 2024 é Caruaru, município que governou, sua cidade natal. Por isso, a esta altura, mesmo travada na relação com o prefeito Rodrigo Pinheiro, que está deixando a legenda tucana, não pode inventar uma candidatura alternativa.

Mesmo contra a sua vontade, Raquel terá que engolir Rodrigo, que, aliás, vem fazendo uma excelente gestão. Candidato à reeleição, Rodrigo foi vice-prefeito na chapa de Raquel quando disputou a eleição para prefeita e depois quando enfrentou a reeleição. Ao se afastar para disputar o Governo do Estado, em 2022, passou o bastão para o vice, que tem amplas chances de emplacar um novo mandato.

Raquel não gostou de algumas mudanças que o sucessor imprimiu no primeiro escalão e chegou a se irritar quando, de forma democrática, na campanha em 2022, abriu o seu camarote no São João de Caruaru para receber todos os candidatos a governador, inclusive Danilo Cabral, do PSB, partido que ora a governadora sataniza, ora reza pela sua cartilha, quando fechou os olhos, recentemente, para assinar um contrato nebuloso em Suape com o DNA socialista.

Rodrigo tem dois adversários naturais e já em campanha – o ex-prefeito José Queiroz (PDT) e o deputado federal Fernando Rodolfo (PL). Não seria nada recomendado surgir um terceiro postulante no campo da oposição, principalmente apoiado pela governadora. Isso se traduziria numa tremenda mancada da tucana, verdadeira aventura. Até porque, com a máquina na mão e bem avaliado, as chances de Rodrigo deixar escapar a reeleição das suas mãos são mínimas, a não ser que cometa muitos erros.

E a governadora, vale a ressalva, não tem, a esta altura do campeonato, faltando menos de um ano para o pleito, tirar um candidato do seu colete. E mesmo que tivesse, desgastada pela péssima gestão que faz no Estado, só um milagre para eleger alguém improvisado.

Risco de fragilização – Numa suposta derrota em sua terra natal, Raquel sairia super fragilizada das eleições municipais para tentar a reeleição em 2026. Espelho para o resto do Estado, Recife é terra, hoje do domínio absoluto do PSB. Além de fazer uma boa gestão, o prefeito João Campos não tem, hoje, adversários. Os nomes ligados ao grupo de Raquel, como Daniel Coelho, Priscila Krause e Túlio Gadelha, não conseguem chegar sequer a 7% das intenções de voto.

Por: Magno Martins

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