Rebelião no Presídio de Juazeiro apavora familiares de presos e de funcionários

Grazzielli Brito – Ação Popular

Na manhã desta segunda feira (19), o Conjunto Penal de Juazeiro, amanheceu com uma rebelião que apavorou os familiares dos detentos, que estão neste momento na porta do presídio, desesperados diante da falta de informações oficiais. Eles tentam saber qual é a situação no interior do local, assim como a imprensa, que não tem acesso ao presídio, nem porta voz da instituição.

Por conta desta falta de informações, surgem vários boatos, como de que haveria dois detentos mortos, informação negada por dois agentes penitenciários que vieram até o portão do presídio para a saída de um veículo. O que pode se ver de fora é muita fumaça no alto do prédio, cinco viaturas da polícia militar e uma do bombeiro. O clima é de apreensão e de muita comoção por parte dos familiares, tanto dos presos como dos funcionários, do lado de fora.

Aos prantos, Gilvanete Meneses da Silva esposa de um interno, que está há um ano e cinco meses preso, conta que esteve ontem fazendo visita e que tudo estava aparentemente normal. “Vim de Bonfim, moro lá, a notícia que tive lá é que já mataram três. Temos duas filhas pequenas ele vai tirar condicional em janeiro. Eu quero que o diretor e o juiz tomem providência pra acabar logo com isso”.

Não existem informações oficiais do que teria motivado a rebelião. As suspeitas são em torno da notícia de que alguns presos seriam transferidos para o presídio de Serrinha, além das notícias divulgadas sobre o constrangimento pelo qual passam as mulheres que visitam seus parentes, que de forma constrangedora são obrigadas a ficar em pé em cima de um banco de madeira, completamente nuas, com as pernas abertas, tendo que abrir a vagina e ficam 3 agentes penitenciárias em baixo olhando com a lanterna.

Maria Senhora da Conceição, de 66 anos, mãe de um preso conta como acontecem as visitas. “Eles estão aí pagando pelos crimes que cometeram. Nós somos humilhadas, ficamos lá mostrando as genitálias, eles batem nos presos, eu temo pela vida de meu filho. Nem tem nem água pra beber, a gente passa mal aqui, ninguém tem prioridade nem idoso, nem grávida, criança, ninguém”, denunciou.

Além disso, comenta-se também da superlotação do presídio que tem capacidade para 200 presos e já passa de 600 internos. Havendo ainda, problemas na estrutura das instalações com sanitários danificados, colchões de péssima qualidade, dentre outras coisas. A reportagem do Ação Popular flagrou o lançamento de dejetos sanitários do presidio sendo lançados no outro lado da pista, caindo dentro de um dreno que por sua vez passa por dentro de lotes e roças de particulares que estão revoltados com o problema.

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