O Ministério Público do Trabalho já intimou cerca de oito pessoas, entre diretores e outros integrantes da produção da novela “Nos Tempos do Imperador”, da TV Globo, para apurar a suposta prática de racismo. Segundo a colunista da Folha de S. Paulo, Mônica Bergamo, a atriz Roberta Rodrigues, uma das autoras da denúncia, foi ouvida nesta terça-feira (12).
Os denunciantes se queixam de que atores brancos receberiam mais pelos mesmos trabalhos desempenhados por seus pares negros. Uma atriz com décadas de carreira afirma ter sido remunerada com valores inferiores aos recebidos por atrizes brancas que eram iniciantes e tiveram poucas participações na novela. Procurada, a Globo diz, em nota, que desconhece a investigação e que não tolera preconceito racial.
Além de Roberta Rodrigues, a atriz Dani Ornellas também encabeçou as denúncias, reveladas pela coluna em fevereiro deste ano. Segundo seus advogados, o ex-diretor artístico da novela Vinicius Coimbra teria dito que dirigentes acima dele tinham ciência das práticas que ocorriam no set. Acusado de racismo pelas atrizes, Coimbra foi demitido da emissora em março deste ano. Na ocasião, segundo sua defesa, a emissora justificou a demissão por prática de assédio moral, não de racismo.
A novela “Nos Tempos do Imperador”, exibido de agosto de 2021 a fevereiro deste ano, já esteve implicada com polêmicas sobre o tema. Logo após a sua estreia, o folhetim que se passa durante o Brasil Império foi criticado por “romantizar a escravidão” e apresentar erros factuais.