Refletindo sobre a Maioridade Penal
O Brasil passa por inúmeras crises, crise econômica que coloca em uma situação de fragilidade o emprego de milhões de brasileiros, crise social que reflete na vida da população, crise política onde fica clara a instabilidade das instituições, crise hídrica que pode afetar a produção agrícola do país principalmente na nossa região onde a irrigação é a ponta de lança da nossa economia, e por último o congresso nacional em uma pedaladaregimental, aprovou a maioridade penal para 16 anos.
É justamente sobre esse ponto que o Psol de Juazeiro, seguindo orientação da bancada nacional do partido convida a população da nossa cidade a refletir sobre o tema levando em consideração alguns aspectos:
a) O adolescente marginalizado não surge ao acaso. Ele é fruto de um estado de injustiça social que gera e agrava a pobreza em que sobrevive grande parte da população, ou seja, simplesmente o Estado vai cuidar dos efeitos e não das causas, quando ele próprio não cumpre os artigos 5º e 6º da Constituição que trata sobre os diretos a saúde , educação e a moradia que são direitos fundamentais;
b) A lei já existe no Estatuto da Criança e Adolescente, por falar nisso a sociedade juazeirense sabe onde fica o Conselho Tutelar na cidade e quais as condições de funcionamento dessa instituição?
A partir dos 12 anos, qualquer adolescente é responsabilizado pelo ato cometido contra a lei. Essa responsabilização, executada por meio de medidas socioeducativas previstas no ECA;
c) Por que o Congresso Nacional não faz um amplo debate sobre as condições da educação no Brasil, que revela índices vergonhosos e dá um prejuízo enorme ao estado brasileiro. Por acaso o senhor ou senhora que é a favor da maioridade penal para 16, sabe o custo de um detento e o custo de um aluno no Brasil?
Então veja:
Enquanto o país investe mais de R$ 40 mil por ano em cada preso em um presídio federal, gasta uma média de R$ 15 mil anualmente com cada aluno do ensino superior — cerca de um terço do valor gasto com os detentos. Já na comparação entre detentos de presídios estaduais, onde está a maior parte da população carcerária, e alunos do ensino médio (nível de ensino a cargo dos governos estaduais), a distância é ainda maior: são gastos, em média, R$ 21 mil por ano com cada preso — nove vezes mais do que o gasto por aluno no ensino médio por ano, R$ 2,3 mil. Para pesquisadores tanto de segurança pública quanto de educação, o contraste de investimentos explicita dois problemas centrais na condução desses setores no país: o baixo valor investido na educação e a ineficiência do gasto com o sistema prisional.
Queremos deixar claro que não somos a favor da impunidade, respeitamos o contraditório, mas devemos alertar que na democracia temos a liberdade e o direito de escolher, porém devemos ter o dever e a responsabilidade de assumir as consequências das nossas escolhas.
Professor Paulo Oliveira- Presidente do Diretório Municipal de Juazeiro.