Reflexo da seca abala comércio em Juazeiro
Da Redação
A assessora política do Sindicato dos Comerciários em Juazeiro, Elizabeth Ribeiro em entrevista ao jornal AP, afirmou que o reflexo da seca vem atingindo o comércio. “Por conta da grande estiagem que o Nordeste está passando vêm aumentando cada vez mais os números de demissões no comércio da cidade”.
De acordo com ela, o número de demissões que era de 30% ao ano aumentou em quase 50%. “Sem dúvida a seca atinge o comércio e com certeza é preocupante, sabemos que o comercio de Juazeiro e Petrolina é voltado, em parte, para a economia da agricultura irrigada. No caso da agricultura de sequeiro, é muito grande a sua importância uma vez que a produção da caprinovinocultura está relacionada com o ambiente, e com a estiagem os prejuízos estão aumentando devido à falta de pastos e condições dos próprios criadores. Ainda assim, o agricultor teme em abater, ou transportar vivo para a cidade com o medo de ser preso pelos fiscais da ADAB ou pela policia. Além do ‘caatingueiro’ sofrer com os prejuízos da seca, ele ainda corre o risco ser preso transportando produtos como ovos, aves, leite, doces e outros derivados. O sertanejo além de ser um sujeito discriminado, está sendo condenado pela natureza e a justiça do próprio homem”, lamenta.
Na ocasião, Elizabeth explicou que por conta dos grandes números de demissões a agenda de homologações está lotada. “Não temos como marcar mais homologações até o dia 30 de maio, isso nos preocupa porque é grande a falta de oportunidades em outros setores da economia”. Por outro lado, Ela afirma que os comerciantes estão em alerta. “O numero de inadimplência é assustador, muitas das pessoas que estão honrando com os compromissos são aposentados ou pensionistas, mas isso é quando sobra um pouco de dinheiro da compra de alimentos. A miséria só não é maior porque o Bolsa Família tem ajudado”.
Revoltada, Ela faz um alerta aos políticos: “Como sindicalista espero que os governos estadual e federal deixem de fazer politicalha com a miséria dessas pessoas e coloquem em pratica o projeto de socorro. É inadmissível que os carros do Exército não estejam funcionando como deveriam; os projetos de construção de barragens, aguadas, implantação de poços artesianos e limpeza de barragens são pura balela, e para completar, esse projeto do Governo Federal – no caso a criação de mais uma bolsa – não passa de mais uma esmola eleitoral. Gostaria que o governo respeitasse o nosso povo porque nós não precisamos de esmola e sim de oportunidades para vivermos com decência”, desabafa.