Reitora a UFGD diz que pessoas com balões tiraram segurança da reunião do Conselho Universitário

Armados e portando câmeras, agentes da Guarda Municipal e da Polícia Militar compareceram por solicitação da reitoria temporária, nomeada por Weintraub

Alegando falta de segurança, reitora da UFGD cancela reunião de Conselho Universitário e convoca força policial

A reitora temporária da Universidade Federal de Grande Dourados (UFGD), do Mato Grosso do Sul, Mirlene Damázio, desistiu de comparecer em uma reunião ordinária do Conselho Universitário, convocada por ela mesma, na manhã desta quinta-feira (26).

A justificativa foi a falta de segurança com a “invasão de pessoas com instrumentos musicais, balões e gritos”. Segundo informações do jornal Campo Grande News, desde julho, a Universidade não realiza as reuniões mensais do Conselho Universitário, presidido pela reitora.

Mirlene Damázio foi nomeada temporariamente para assumiu o posto no comando da instituição de ensino pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, enquanto a discussão sobre a lista tríplice não chega a um desfecho definitivo na Justiça.

A judicialização começou com uma Ação Civil Pública assinada pelo procurador do Ministério Público Federal, Eduardo Gonçalves, alegando que a lista tríplice, votada pela comunidade acadêmica para decidir o novo reitor da Universidade, era fraudada.

Em agosto, o juiz federal Moisés Anderson Costa Rodrigues da Silva, da 1ª Vara Federal de Dourados negou a Ação Civil Pública, concluindo que não houve fraudes. Com a sentença, a lista tríplice, encabeçada pelo professor Etienne Biasotto, voltou a ter validade. Apesar disso, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, ainda mantém Mirlene Damázio no cargo.

Como protestos, membros da comunidade acadêmica, incluindo professores e alunos, utilizaram balões na cor laranja para enfeitar a sala de reunião onde deveria acontecer a 97ª Reunião Ordinária do Conselho Universitário.

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Ainda segundo informações do Dourados News, a polemica em torno da reunião do Conselho começou no agendamento. A reitoria decidiu que o encontro não deveria acontecer no auditório, onde geralmente são realizaddas as reuniões mensais, mas em uma sala menor. Ela ainda convocou, além de seguranças da própria instituição, agentes da Guarda Municipal e da Polícia Militar.

Imagens compartilhadas por membros da comunidade acadêmica mostram que um dos agentes portava uma câmera anexa ao uniforme.

Policiais convocados pela reitora da UFGD portavam câmeras. Imagem: Reprodução

No final das contas, a reitora pro tempore não compareceu na reunião do Conselho Universitário. Coube ao conselheiro mais antigo dar início à reunião.

Antes do meio-dia, Mirlene Damázio divulgou uma nota para justificar seu não comparecimento: “não houve apuração de regularidade de ocupação e acomodação dos conselheiros, nem a ordem e decoro necessários, sendo observada a invasão de pessoas com instrumentos musicais, balões e gritos, bem como a falta de segurança necessária para que a mesma ocorresse com regularidade de procedimentos”.

A reitora concluiu que “diante da instabilidade apurada e dos episódios paralelos que compreendem a segurança”, das manifestações “com o intuito de inviabilizar os trabalhos da Universidade e o andamento das pautas imprescindíveis para regularidade das atividades, e ainda, o comprometimento da integralidade de segurança dos conselheiros”, foi deliberado o “cancelamento da referida reunião e transferência para o dia 04 de outubro de 2019”.

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