Remanso: Prefeito submete população mais carente a sofrimento e humilhação em mutirão de saúde

Por: Manoel Cavalcanti Leão

Crianças (que depois não foram atendidas), chorando com fome, sede e calor senhoras e idosos sob o sol por horas e horas; centenas de pessoas, debilitadas e necessitadas, que sequer conseguiram uma senha de atendimento e o discurso de autoelogio a que foram forçados a ouvir em troca de uma consulta feita às pressas. Este é o retrato, simplificado e incapaz de captar toda a dor, sofrimento e humilhação a que foi submetida boa parte da população mais carente de Remanso neste primeiro dia da ação que o prefeito denominou de “Saúde na Comunidade – Especialidades”.

Depois da fila a falta de fichas no primeiro dia irritou centenas

O mutirão, precedido por intensa propaganda e entrevistas na rádio, carros de som nas ruas, atraiu milhares de pessoas, demonstrando o quanto a população de Remanso necessita de atendimento médico e a imensidade da demanda sufocada.

Desanimo depois da consulta porque não há como fazer o exame solicitado

 Iniciado sexta-feira (27/09), estendendo-se pelo sábado e domingo, o mutirão ofereceu serviços médicos de ortopedista, ginecologista, oftalmologista, dermatologista, neurologista e endocrinologista e os exames de ultrassom transvaginal, ultrassom abdómen total, ultrassom tireoide, ultrassom mamária bilateral e colposcopia. Disse ainda que haveria serviços de fisioterapia, educação física, cirurgias de catarata, nutricionista, cirurgias pterígio, mapeamento de retina, odontológico e tonometria. Um verdadeiro paraíso de tratamento médico ao alcance das comunidades mais carentes. Uma verdadeira armadilha para os mais ingênuos e um tormento para quem enfrentou fila e dormiu ao relento de sexta para sábado e de sábado para domingo.

Mutirão da vergonha e da política

A cada consulta existe a necessidade de um exame complementar, que não serão realizados. A cada constatação de enfermidade ou de necessidade cirúrgica e ou de tratamento especializado, internamento ou acompanhamento, outra decepção. Nada, nada, mas, para o prefeito Zé Filho, o mutirão surtiu seu efeito eleitoreiro.

Sob o sol centenas de pessoas aguardam para cair no conto do mutirão

Quem questiona de forma irretocável essa artimanha eleitoreira é o advogado e líder político Marcos Palmeira: “Não podemos admitir que o prefeito use a saúde da população como instrumento eleitoreiro” – diz indignado – “Por quase três anos não cuidou dos postos de saúde, não ampliou a rede de atendimento, não manteve a farmácia do povo abastecida, deixou faltar médico nos postos e agora, um ano antes das eleições,  realiza um mutirão do engano para colocar em evidência o candidato que escolheu pois sabe que o povo nem admite vê-lo como candidato à reeleição!”

 

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