Renan escreve a Lewandowski sobre habeas corpus de Pazuello e afirma que general quer proteger “possíveis infratores”

Em ofício encaminhado ao ministro do STF Ricardo Lewandowski, o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que, ao recorrer ao Judiciário para ter o direito de ficar em silêncio na comissão, Eduardo Pazuello “pode estar objetivando proteger possíveis infratores

Senador Renan Calheiros (MDB-AL),  ministro do STF Ricardo Lewandowski e o ex-titular da Saúde Eduardo Pazuello
Senador Renan Calheiros (MDB-AL), ministro do STF Ricardo Lewandowski e o ex-titular da Saúde Eduardo Pazuello (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado | Rosinei Coutinho/SCO/STF | Carolina Antunes/PR)

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), encaminhou, nesta sexta-feira (14), um ofício a Ricardo Lewandowski, designado relator do habeas corpus de Eduardo Pazuello, e afirmou que, ao recorrer ao Judiciário, o o ex-ministro da Saúde “pode estar objetivando proteger possíveis infratores, cujos nomes poderiam surgir de seu depoimento”. Um advogado impetrou no Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus preventivo para o general ficar em silêncio na Comissão Parlamentar de Inquérito.

“Negar-se a responder à CPI equivale a esconder do povo brasileiro informações cruciais para compreender o momento histórico, responsabilizar quem tenha cometido irregularidades e evitar que se repitam os erros que levaram à morte de quase meio milhão de brasileiros inocentes, até agora”, disse o parlamentar, segundo a coluna de Lauro Jardim.

O ex-ministro prestaria depoimento no último dia 5, mas alegou ter tido contato com pessoas suspeitas de Covid-19. Antes de oficializar o seu não comparecimento à CPI, o general fez um media training – houve até uma simulação de confronto com parlamentares, com perguntas espinhosas. Interlocutores do governo disseram que o general estava “muito nervoso”.

A situação de Pazuello ficou ainda mais complicada com o depoimento do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo. Nessa quinta-feira (13), o dirigente disse que a empresa fez ao menos quatro ofertas de doses de vacinas contra a Covid-19 em 2020, mas o governo não deu resposta à farmacêutica e, por consequência, deixou travadas 70 milhões de doses.

Mesmo antes da CPI, o ex-ministro já era alvo de críticas pela má condução no gerenciamento da pandemia do coronavírus. Um dos momentos mais preocupantes foi a sua atuação em meio ao colapso da saúde em Manaus. Documentos públicos apontaram que o ministério da Saúde, quando era comandado por ele, sabia do cenário crítico sobre o sistema de saúde em Manaus oito meses antes de ser constatada a falta de oxigênio em hospitais da capital amazonense.

Além do representante da Pfizer, prestaram depoimento na CPI os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, o presidente da Agência Nacional de Vigilância Santária (Anvisa), Antonio Barra Torres, e o ex-chefe da Secom Fabio Wajngarten.

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