Responsável de lançar Hulk no Vitória, treinador lembra que foi chamado de maluco por dirigente

Hélio dos Anjos conta que ficou encantado com a força física do atacante ainda nas divisões de base do Leão

Apesar de ter atuado pouco no futebol brasileiro, o atacante Hulk ganhou fama internacional e alcançou a seleção brasileira depois de boas apresentações no Porto e agora no Zenit, da Rússia. Aos 29 anos, ele vive seu melhor momento após ter disputado a Copa do Mundo de 2014.

Mas para conquistar o status que possui hoje, ele teve de superar algumas coisas. E o pontapé inicial na carreira do atacante começou no Vitória. Depois de uma passagem nas categorias de base do São Paulo, o paraibano desembarcou na Toca do Leão. Com apenas 16 anos, não demorou para chamar a atenção pela força física e viu sua vida mudar em 2004, quando Hélio dos Anjos chegou mais cedo ao treino.

Em suas redes sociais, Hulk lembrou início Vitória
(Foto: Reprodução/Instagram)

“Eu estava no meu primeiro dia de trabalho no Vitória, em 2004. Estava vendo o juvenil treinar e achei estranho o time ter dois jogadores muito fortes na frente. O clube sempre tinha por tradição ter jogadores mais rápidos e miúdos, mas aqueles eram diferentes: era o Bill, ex-Corinthians, e o Hulk”, lembrou Hélio dos Anjos, em entrevista ao site da ESPN.

“O que mais me chamou atenção no Hulk era a a força descomunal e o chute forte. Curioso que ele era um jogador de linha reta. Jogava mais pela esquerda, não pela direita como hoje. Estava tentando tirar o time de rebaixamento, uma situação muito complicada”, recordou o comandante.

Tentando salvar o Leão do rebaixamento, Hélio lembra que não teve medo em colocar o garoto em campo e chegou a ser chamado de maluco por um dirigente da equipe. A estreia de Hulk no Vitória aconteceu na derrota para o Fluminense, no Barradão, substituindo Allan Delon, aos 37 minutos do segundo tempo.

“Ele era um menino muito tímido e introvertido. Estava faltando jogador no elenco e sempre gostei de lançar jovens jogadores. Puxei para o time de cima e ele ficou uma semana treinando comigo. Precisei dele para jogar e o coloquei”, relembrou.

“No dia em que cismei que ia colocar o Hulk para jogar de titular falei: ‘Poxa, eu vou colocar esse menino’. Um dirigente gritou comigo: ‘Você é maluco, só você vê isso nele’. O tempo mostrou quem estava certo (risos). Ele foi bem, mas perdemos o jogo”, comentou.

O jogo em questão foi contra o Internacional, em Porto Alegre. Hulk formou o ataque titular ao lado de Obina e deixou o campo para a entrada de Gilmar. O Vitória foi derrotado por 2 a 1 e ao final do Brasileirão não conseguiu escapar do rebaixamento para a Série B. No ano seguinte Hulk foi negociado com o futebol japonês e deu início a sua carreira internacional.

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