Rosiska Darcy de Oliveira toma posse na cadeira 10 da Academia Brasileira de Letras
A jornalista, escritora e ensaísta Rosiska Darcy de Oliveira tomou posse na noite de hoje (14) na cadeira número 10 da Academia Brasileira de Letras (ABL). A cerimônia contou com a presença das ministras Marta Suplicy, da Cultura; Eleonora Menicucci, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres; e Izabella Teixeira, do Meio Ambiente. Rosiska foi eleita no último dia 11 de abril em primeiro escrutínio, tendo recebido 23 dos 38 votos possíveis. A cadeira era ocupada pelo poeta Lêdo Ivo, que morreu em dezembro do ano passado.
Rosiska disse, em entrevista à Agência Brasil, que passa a integrar uma instituição tradicional que tem o seu respeito porque, ao mesmo tempo que se dedica a cultuar e respeitar a história do passado, em um trabalho de memória, está aberta também para o futuro e deve participar das grandes questões do povo brasileiro. Lembrou que as atividades culturais desenvolvidas pela academia são bastante diversificadas, abrangendo desde a música clássica à elaboração de um dicionário.
“Além de tudo isso, a ABL tem um programa de aproximação com a sociedade, inclusive no programa das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), aqui no Rio de Janeiro. Eu pretendo me aproximar do que existe e, evidentemente, levantar temas que me parecem importantes e que estão no cerne da sociedade brasileira”, destacou.
Rosiska avaliou como positivo o aumento do número de mulheres na ABL, embora o sexo feminino represente hoje ainda um oitavo do conjunto dos membros da entidade. “Isso, evidentemente, não espelha a sociedade brasileira. Então, eu creio que o fato de o número estar aumentando é um marco de justiça”.
Nascida no Rio de Janeiro em março de 1944, Rosiska Darcy de Oliveira foi presidenta do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher durante o governo Fernando Henrique Cardoso e embaixadora na Comissão Interamericana de Mulheres da Organização dos Estados Americanos (OEA). Atualmente, ela preside o movimento Rio Como Vamos, que objetiva ampliar a qualidade de vida na cidade do Rio de Janeiro, por meio do estabelecimento de relações de parcerias com empresas, organizações da sociedade civil e a população.
A primeira mulher eleita para a ABL, em novembro de 1977, foi a escritora Rachel de Queiroz, em novembro de 1977. Seguiram-se Dinah Silveira de Queiroz, eleita em julho de 1980; Lygia Fagundes Telles, atual ocupante da cadeira 16 da academia, eleita em outubro de 1985; Nélida Piñon, que ocupa a cadeira 30 desde julho de 1989 e que foi, em 1996, no ano do centenário da ABL, eleita a primeira mulher a presidir a casa; Ana Maria Machado, atual presidente da ABL, eleita em abril de 2003 para a cadeira número 1, de Machado de Assis; e Cleonice Berardinelli, professora de literatura portuguesa da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, eleita para a cadeira número 8, em dezembro de 2009. (Agência Brasil)