Por Italo Nogueira, da Folha de S.Paulo – O presidente eleito da União Brasil, Antônio Rueda, falou nesta quinta-feira (14) em “resetar” o partido dois anos após sua fundação e em meio aos conflitos com o deputado federal Luciano Bivar (PE) pelo comando da sigla.
“Resetar” , expressão ligada à informática, significa redefinir, reiniciar, começar outra vez.
A fala foi feita em cerimônia de posse do presidente da Assembleia do estado, Rodrigo Bacellar, como chefe do diretório fluminense da agremiação, e três dias após os incêndios em duas casas em Pernambuco ligadas a Rueda em ação considerada criminosa pelo governo local. Correligionários acusam Bivar de envolvimento no caso, o que é negado pelo parlamentar.
“Esse partido reseta não só no Brasil, como aqui no Rio de Janeiro. Começa uma nova história”, disse Rueda. Ele não atendeu à imprensa presente ao evento.
O encontro reuniu as principais lideranças da legenda, como os ministros Juscelino Filho (Comunicações) e Celso Sabino (Turismo), os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil) e Cláudio Castro (PL), além de senadores e deputados.
Outras lideranças da sigla saíram em defesa do político durante a cerimônia. O senador Efraim Filho (União Brasil-PB) afirmou ser solidário ao presidente eleito do partido. “Aqui ninguém treme. Aqui ninguém tem medo. Aqui se enfrenta”, disse.
Caiado disse que a agremiação já está pacificada. “Agora está pacificado. [Rueda] Tem a totalidade dos deputados, senadores e governadores todos”, disse o governador.
Rueda foi eleito o futuro presidente da União Brasil durante convenção partidária realizada em 29 de fevereiro. Ele só tomaria posse em junho, porque o mandato de Bivar no cargo vai até maio.
A destituição de Bivar foi articulada pela ala majoritária do partido depois de uma briga com o atual secretário-geral, ACM Neto. Em outubro passado, o dirigente xingou o correligionário durante uma conversa. Na hora, o ex-prefeito de Salvador não respondeu, mas articulou a derrubada do parlamentar.
Bivar teria chegado a concordar com a troca, mas no final mudou de opinião. No dia da reunião que chancelaria sua destituição, ele tentou cancelar a convenção, sem sucesso. Por fim, ameaçou contestar seu resultado.
A criação da União Brasil foi aprovada por DEM e PSL, que se fundiriam em torno da nova sigla, em 2021. No ano seguinte, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) oficializou a criação do partido, que nasceu como o maior da Câmara dos Deputados.