Rui com os nervos à flor da pele, a nova operação policial e o prêmio de consolação do vice

Geraldo Junior. Crédito: Reprodução

Nervos à flor da pele

Após provocar insatisfação quase unânime de colegas da Esplanada dos Ministérios e parlamentares, o ministro Rui Costa (PT) agora é alvo de queixa até mesmo de seus assessores mais próximos. O petista anda tão irritado, que desconta toda a sua ira nos auxiliares. Dos poucos que acompanharam Rui na mudança para Brasília, a maioria já está arrependida diante da grosseria diária e frequente do ministro. Alguns já dizem que estão amargamente arrependidos e sonham em voltar para a Bahia.

Fugindo do Chefe

O nível máximo do estresse de Rui, até aqui, ocorreu nesta semana, quando o ministro foi alvo de críticas da imprensa nacional, mas não por sua atuação na Casa Civil, e sim por sua gestão como governador da Bahia na área da segurança pública. Jornalistas renomados como Josias de Souza e Elio Gaspari, que chamou Rui de negacionista, não pouparam críticas ao governo de Rui. Na semana anterior, vale lembrar, Rui chegou a ser chamado de “terraplanista da segurança” por suas declarações de não reconhecer os levantamentos oficiais sobre violência no país. Os assessores mais espertos têm evitado encontrar-se com o chefe nesses momentos. “Sabem que vai acabar sobrando para eles”, ironiza um conhecido petista baiano.

Tic tac

Uma certa empresa que tem contratos milionários com o Governo da Bahia deve ser alvo de uma operação policial nas próximas semanas. Somente em 2023, a tal corporação já recebeu R$ 176 milhões do governo e, desde 2013, a soma já se aproxima de R$ 1 bilhão. As investigações já estão sendo realizadas e apontam indícios de diversas irregularidades. Os sócios da empresa, pelo que se comenta, já são velhos conhecidos da polícia.

Tudo em casa

Surpreendeu a muitos a defesa do deputado estadual Robinson Almeida (PT) à candidatura de Aline Peixoto para o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) às vésperas da votação, ocorrida em março. Ligado ao senador Jaques Wagner (PT), Robinson sempre criticava nos bastidores a indicação da ex-primeira-dama da Bahia e esposa de Rui Costa (PT) para um dos cargos mais cobiçados do meio político. Meses depois a coluna descobriu o motivo. O pré-candidato a prefeito de Salvador pelo PT emplacou sua esposa, Everli Carvalho de Almeida, no gabinete de Aline Peixoto, com salários mensais de R$ 18 mil. Agora ficou tudo em casa.

Moeda de troca

Os irmãos Vieira Lima ficaram bastante aborrecidos com o lançamento do deputado estadual Robson Almeida como pré-candidato do PT à Prefeitura de Salvador. O movimento praticamente sepulta a candidatura de Geraldo Jr. (MDB). Mas não que eles estivessem preocupados com o atual vice-governador. Há quem diga que o lançamento de Geraldo era um balão de ensaio e serviria para o MDB negociar mais uma secretaria no governo do estado.

Prêmio de Consolação

E por falar em Geraldo Junior: o atual presidente do MDB no estado, Alex Futuca, foi reconduzido ao cargo durante convenção do partido. Sobrou para Geraldo ser delegado da legenda da Bahia na convenção nacional.

O mistério da Ford

A bancada de oposição na Assembleia está atrás de respostas sobre o que foi feito com cerca de R$ 2 bilhões que a Ford pagou ao Governo da Bahia em forma de indenização. A caravana para saber o valor exato, a data do recebimento e aplicação dos recursos começou pela Secretaria da Fazenda, vai passar pelo Tribunal de Contas do Estado até chegar no Ministério Público. Uma das suspeitas é que a bolada pode ter sido usada para turbinar as ações de governo que tinham clara finalidade eleitoral, como os inúmeros convênios assinados de última hora com prefeituras para conseguir apoios pelo interior do Estado. A investigação só deve terminar depois que o caminho do dinheiro for encontrado e revelado para todo mundo ver.

Até os mortos trabalham

O prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), tem vivido um verdadeiro inferno astral nas últimas semanas. Após o vazamento de uma lista com quase 800 supostos funcionários fantasmas, o prefeito vem sendo bombardeado nas redes sociais e viu aumentarem às críticas ao seu governo, como as deficiências no atendimento de uma UPA, além da prometida recuperação do estádio municipal que não sai do papel. As queixas, que se intensificaram, também têm como alvo deficiências na rede municipal de ensino, com a falta de profissionais. E sobre os supostos servidores fantasmas, na semana passada, o prefeito até foi para uma rádio amiga e admitiu as indicações políticas, mas disse que todo mundo trabalha. Só não explicou como trabalham as pessoas que faleceram e aqueles que moram em outros países.

Reputação chamuscado

Petistas e demais canhotos da base do governo na Assembleia foram os que mais saíram chamuscados da sessão que aprovou o pagamento de precatórios aos professores, retirando deles o direito aos juros e correção de mora. Olívia Santana (PCdoB), presidente da Comissão de Educação, foi tratada como “traidora” porque deu as costas para a categoria que diz representar. Mas a ironia mesmo ficou por conta do deputado Zé Raimundo (PT), que é chamado internamente na Alba de “professor”. Coube a ele, como vice-presidente da Casa, tocar boa parte da sessão, mas como a condução foi ficando cada vez mais vermelha e os protestos da oposição e dos professores nas galerias só aumentava, o presidente Adolfo Menezes (PSD) reassumiu a cadeira para equilibrar a mediação, já que o “professor da presidência” estava atropelando os professores da vida real.

Jerônimo mãos de tesoura

No resumo da ópera, a base governista autorizou Jerônimo a dar um calote de quase R$ 1 bilhão nos trabalhadores da educação. Mas o prejuízo não ficou limitado aos precatórios. Jerônimo também mandou cortar o salário dos professores que aderiram à paralisação para protestar por seus direitos. Muitos deles tiveram perda de cerca de R$ 800, segundo relataram nas redes sociais. A maior indignação da classe é que Jerônimo, professor por formação, age na prática como um ditador, fazendo política com chicote na mão.

Entrando de Solla

A disputa pelo comando do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-BA) tem uma batalha política como pano de fundo. A entidade, aparelhada pelo PT, tem duas candidaturas ligadas ao partido: a chapa 1, do grupo que comanda hoje o conselho e é ligado ao deputado federal Jorge Solla; e chapa 3, com o apoio do senador Jaques Wagner. Enquanto isso, a chapa 2 decidiu adotar uma estratégia da independência, defendendo a realização de fiscalização em hospitais e até pautas de interesse da categoria sem amarras políticas. Não é segredo para ninguém que o grupo que controla o conselho tem pautas que nem sempre atendem ao interesse da categoria, mas sim de questões político partidárias. Será que a enfermagem vai aceitar?

Fonte: Correio

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