Opinião
Depois da Índia, Pernambuco. O presidente Lula desembarca, amanhã, no Recife, para anunciar a retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima, paralisadas desde 2015 por causa da Operação Lava Jato. A Petrobras retomará as obras do trem dois da refinaria. Segundo o senador Humberto Costa (PT), os investimentos serão de R$ 6 bilhões, com capacidade de estimular 40 mil empregos.
A obra faz parte do pacote do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). É terceira vez que o petista cumpre agenda em Pernambuco em nove meses de gestão. Da última vez, quando esteve no Estado, para o relançamento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), tentou conter a plateia que vaiou por diversas vezes durante o seu discurso.
Na sua fala, ao final da cerimônia, o presidente deu uma “bronca” nos manifestantes e disse que é preciso aprender a conviver e dialogar com adversários políticos. “Tudo o que era anunciado era pequeno diante da necessidade de vaiar a governadora. Que pena. E não pode ser assim. Quando a gente convidar alguém para vir na casa da gente, e esse dono da casa sou eu, pode me vaiar à vontade; mas, por favor, respeitem os meus convidados”, disse o presidente.
A parada do presidente se dará no caminho para Cuba, onde o chefe do Executivo participa no sábado da cúpula do G77 mais a China, o grupo que reúne os países do sul global. Lula tem sido cobrado a visitar o Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, atingido por um ciclone extratropical em 3 de setembro.
Desde esse dia, a região sofre com fortes chuvas e enchentes. Até o momento, 47 pessoas morreram, segundo a Defesa Civil. Integrantes da cúpula do governo avaliam não haver necessidade de Lula ir ao Estado porque o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), esteve na região no domingo passado como presidente em exercício. Lula deixou de participar do evento em 2010 por causa das fortes enchentes que haviam atingido o Nordeste.
Passagem constrangedora – Na passagem anterior, Lula participou de uma solenidade no Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães (Geraldão), no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife. Na cerimônia, Raquel Lyra foi vaiada até mesmo quando era citada por outras autoridades. O prefeito do Recife, João Campos (PSB), também foi alvo das vaias. A governadora foi uma das últimas a discursar e falou por cinco minutos, com o presidente Lula de pé ao lado dela, para tentar constranger a plateia, o que não conseguiu.
Por: Magno Martins