Samuel de Champlain funda Quebec, na América do Norte

Explorador funda colônia, hoje parte do Canadá, e passou a ser chamado de ‘Pai da Nova França’

Em 3 de julho de 1608, sob o reinado de Henrique IV, Samuel de Champlain funda a atual capital da província do Quebec.

Nascido 38 anos antes numa família de marinheiros de Brouage, perto de La Rochelle (oeste da França), de um pai audaz e apaixonado, Champlain faz uma primeira viagem a América do Sul e sugere, premonitoriamente, a escavação de um canal no istmo centro-americano. Posteriormente explora em 1603 a costa norte-americana conjuntamente com Aymar de Chaste, primeiro governador da “Nova França”, uma colônia ainda em estado de projeto.

Imagem: Wikimedia Commons

Em 1604, de retorno do Novo Mundo, acompanhado de Monts, o sucessor de De Chaste, tenta sem sucesso criar um assentamento permanente no vale de Anápolis (ilha de Nova Scotia, leste do atual Canadá). Regressa à França e publica “Os Selvagens”.

Quando retorna à então chamada “Nova França”, quatro anos mais tarde, Champlain fixa sua atenção no vale do rio São Lourenço. Localiza um promontório arborizado ao qual os nativos chamavam de Quebec, num ponto em que o rio se estreitava. Ali funda um entreposto comercial “Abitation de Québec”, origem da atual capital administrativa da ‘Bela Província’.

Situada no lugar onde se ergue atualmente a igreja Notre-Dame-des Victoires, na Cidade Baixa, a Abitation comportava três casas de madeira de dois pavimentos dipostas em forma de “U” em torno de um pátio fechado, e uma loja de um andar erguida sobre uma adega.

O conjunto era rodeado por uma fossa e de muralhas de terra, com uma ponte levadiça e duas plataformas para os canhões.

O assentamento contava de início com 28 homens. No entanto, desde o começo surgiram atritos entre eles. Um certo Jean Duval, serralheiro de profissão, projeta, auxiliado por quatro cúmplices, assassinar Samuel de Champlain enquanto dormia e vender a colônia aos espanhóis. Desmascarado, é enforcado e sua cabeça espetada na ponta de uma lança à guisa de advertência.

Chega o inverno e com ele o escorbuto e a disenteria. A doença abate 16 dos 24 franceses que permaneciam em Quebec. Os sobreviventes, entre eles Champlain, são resgatados em 5 de junho de 1609 por uma equipe de socorro enviada por Pierre Dugua de Mons, tenente-general na Nova França.

Wikimedia Commons – George Agnew Reid (1909)

Chegada de Samuel de Champlain ao Québec

Como se não bastasse, Champlain se vê obrigado a se envolver nas guerras indígenas. Alia-se aos hurons e aos algonkinos contra os iroquees. Num dado momento se depara com 60 hurons diante de 200 iroquees. Aponta seu arcabuz e faz fogo sobre um inimigo. É a debandada. A tecnologia do homem branco acabou prevalecendo sobre a superioridade numérica.

Champlain prosseguiu na exploração do vasto território e levou a efeito diversas viagens de ida e volta à França – atravessou o Oceano Atlântico num total de 21 vezes, um recorde absoluto para a época.

Entretanto, jamais esqueceu de sua colônia de Quebec, da qual é nomeado governador pelo duque de Montmorency em 1619. Empreende em 1623 a construção dos primeiros edifícios em pedra.

Os ingleses tomam o pequeno vilarejo em 19 de julho de 1629 mas o restituem à França três anos mais tarde, em virtude do Tratado de Saint-Germain-en-Laye. Samuel de Champlain, que havia sido capturado, retorna ao Canadá.

Morre em Quebec em 25 de dezembro de 1635, aos 65 anos, enquanto governavam a França o rei Luís XIII e seu ministro, o cardeal Richelieu. Sua tenacidade e êxito lhe valeram ser cognominado de “Pai da Nova França”.

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