Sem poder amamentar, mãe alimenta, pela primeira vez, bebê baleado no ventre

Claudineia quando deixou o hospital
Claudineia quando deixou o hospital Foto: TV Globo / Reprodução
Gustavo Cunha

Mãe do bebê Arthur, atingido por uma bala perdida ainda no ventre, Claudineia dos Santos alimentou o filho pela primeira vez na manhã deste sábado. A criança segue internada em estado grave no Hospital estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, após passar por uma cirurgia na coluna vertebral. Impossibilitado de receber amamentação devido a recomendações médicas, a criança ganhou das mãos da mãe uma papinha especial.

 

— Ela disse que ficou bastante emocionada. Por enquanto, apenas os pais podem visitar o bebê. Agora, ela está super feliz, fez questão de dar a comidinha. Contou que foi uma sensação inexplicável, que Arthur é bonitinho, com a cor da pele dela, parecido com a mãe — revela Walter Melo, primo de Claudineia.

Coletiva no Hospital de Saracuruna, em Caxias, sobre a atual situação do bebê Arthur
Coletiva no Hospital de Saracuruna, em Caxias, sobre a atual situação do bebê Arthur Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

Em entrevista ao EXTRA, Vinícis Mansur Zogbi, coordenador do setor de Neurologia do hospital, afirmou que a bala que atingiu o bebê passou de raspão pela cabeça, feriu uma das orelhas, atingiu a clavícula, perfurou os dois pulmões do menino e atingiu a coluna cervical. Na última quinta-feira, médicos revelaram que há risco de a vítima ficar paraplégica. A família reza pelo contrário. Para que não sinta dor, Arthur é mantido sob o efeito de remédios que o tranquilizam: na maior parte das horas, ele está dormindo, portanto.

— Da última vez que a mãe visitou, ela conseguiu encostar no bebê. Claudineia está muito esperançosa que o Arthur vai poder andar. Ela está feliz com essa possibilidade. Acreditamos que ele vai reagir bem a cirurgia — afirma Walter.

Menos abalada, Claudineia está apegada às boas notícias. O susto com o horror da situação já passou, ressaltam os familiares.

— No início, ela tomou um choque. Foi uma reação muito particular de mãe. Mas a gente evitou falar da possível paralisia no bebê. Ficamos mais com a parte boa, com a visão positiva do quadro dele. Ela está menos desesperada — diz Walter.

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