Podendo afetar homens e mulheres de qualquer faixa etária, não existe uma causa específica para ocasionar a inflamação, conforme explica Omar Jacobina, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Jayme da Fonte.
Geralmente, o apêndice — órgão pequeno que fica localizado no intestino grosso — inflama quando os linfonodos, também conhecidos como ínguas, aumentam de tamanho. Uma outra motivação para a inflamação é quando ocorre a obstrução do apêndice com um pedaço de fezes.
“Embora a gente consiga identificar esses fatores que desencadeiam a inflamação, não é possível ainda entender por que essas coisas acontecem, impedindo que a gente previna ou evite a apendicite, por exemplo”, explicou Jacobina.
Atenção aos sinais
Como não é possível se antecipar a essa inflamação, é preciso identificar os sinais de alerta. A inflamação costuma evoluir de forma rápida, entre o período de 12 e 24 horas.
“O principal sinal da apendicite é uma dor abdominal intensa, que fica localizada na parte inferior direita da barriga. Associado a isso, o paciente apresenta náuseas, vômitos, febre e não sente vontade de comer”, detalhou o cirurgião.
À medida que os sintomas vão piorando, a necessidade de atendimento médico de urgência também aumenta. A inflamação pode reduzir o bombeamento de sangue e, em casos mais severos, romper. Quando há a ruptura, pode acontecer uma infecção generalizada no abdômen, que é chamada de peritonite.
Cirurgia e repouso
Não existe outro tratamento que não seja a cirurgia. “Numa fase inicial, pode ser administrado um tratamento com antibióticos, mas a cirurgia é inevitável”, destaca o cirurgião do aparelho digestivo.
A cirurgia não costuma durar mais do que uma hora. Feita por vídeo, três incisões são necessárias para realizar o procedimento. “Assim como a operação, a recuperação também é rápida. O paciente fica internado por apenas 24h, mantendo uma rotina de repouso quase que absoluto por mais 15 dias”, disse.
Para as atividades de maior intensidade, como academia, crossfit e esportes em grupo, é preciso esperar, pelo menos, 30 dias para retornar. Quanto à alimentação, não há restrições. “Se o paciente não for alérgico a nada, não há necessidade de evitar nenhum tipo de alimento”, finalizou o médico.