Em ofício ao reitor do IFPE, José Carlos de Sá, o Sinasefe, sindicato da categoria, afirma haver “postura desrespeitosa” do governo federal com a educação federal, ao contrário do que ocorre com categorias de melhores salários, como Banco Central, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e auditores da Receita Federal, que obtiveram recomposição salarial. Segundo o sindicato, os funcionários administrativos dos IFEs “têm um dos piores pisos salariais do serviço público”.
O movimento grevista do IFPE, que se estende aos outros estados, propõe na reestruturação da carreira uma recomposição de 34,2% para os funcionários administrativos e de 22,7% para os professores em três anos, incluindo 2024.
“Nenhum orçamento novo e exclusivo para a categoria de docentes e técnico-administrativos foi oferecido, indo ao encontro do que foi oferecido em todas as outras mesas que fecharam acordo até agora com o governo”, salienta o ofício ao reitor do IFPE.
A defasagem orçamentária dos IFEs é tão grande que os computadores nos campi têm 10 anos de uso. “Os computadores estão esfarelados. Às vezes perco meia hora de aula para ligar e religar até começarem a funcionar”, depõe ao Blog um professor do campus do Cabo de Santo Agostinho.
Informa o Sinasefe de Pernambuco no ofício que, apesar da greve, “ serão mantidos os serviços essenciais e inadiáveis “ no atendimento aos alunos, como a concessão de bolsas. Assegura ainda que, encerrado o movimento, haverá reposição das horas paradas.
O programa de expansão da rede de IFEs lançado em 12 de março pelo governo federal prevê para Pernambuco seis novos campi, com investimentos da ordem de R$ 150 milhões – no Recife, Goiana, Santa Cruz do Capibaribe, Araripina, Águas Belas e Bezerros. O estado passará a ter, portanto, um total de 22 unidades de IFEs.
Em todo o país, existem atualmente 682 campi de IFEs, com 1,5 milhão de alunos matriculados, aos quais serão acrescentados outros 100, conforme promete o programa de expansão anunciado no Palácio do Planalto.