Semana agitada na Casa Plínio Amorim com ameaças e acusações
Ação Popular
Esta semana o clima na Câmara de Petrolina foi tenso entre situação e oposição com ameaças e acusações. Em um dos embates o vereador oposicionista, Pérsio Antunes (PMDB), chamou o seu colega de partido, Edinaldo Lima de ‘neófito’. Ele ainda não está preparado para ser vereador. Portanto, ele terá de estudar muito ao nível dos vereadores que aqui estão. O nível dele ainda é de fazer título de cidadão, nome de rua”, humilhou o colega na terça-feira (23).
Já na quinta-feira (25), o clima foi mais agitado. Toda essa briga está voltada para a votação do projeto que regulariza a questão fundiária do município, que não estava na pauta para votação.
A confusão teve início quando alguns colegas ligados ao partido do vereador Pérsio Antunes, chegaram a comentar que ele não deveria mais ser o presidente da Comissão de Justiça e Redação da Câmara, porque o mesmo não queria assinar o projeto.
O vereador e líder do partido, Aílton Guimarães (PMDB), disse que Pérsio tem dificultado bastante o andamento dos projetos na casa. “Isso precisa ser analisado, vou conversar com a bancada para ver a saída de Pérsio porque ele não está sendo favorável com o povo de Petrolina, a gente tem que representar a nossa sigla e Pérsio tem que lembrar que ele faz parte do PMDB, partido este que o elegeu, ele está indo de encontro aos projetos do prefeito e essa situação não pode ficar assim, não podemos travar as coisas na câmara e tão logo iremos tomar uma decisão”, ameaçou.
Por sua vez, o líder do governo, Edinaldo Lima (PMDB) foi direto e disse que as áreas de regularização pertence ao município com lotes de 250 metros quadrados e alfinetou o discurso de Pérsio alegando que não passa de ‘café frio’. “Esse projeto está desde o dia 20 de novembro e ainda não foi votado na Casa, Pérsio que tem o poder de trazer o parecer e não trás e não permite que o projeto venha a pauta, então ele está tomando um café frio”.
Diante do fato, o vereador Pérsio se defendeu. “Esse negócio de me afastar da comissão é uma propaganda mentirosa, primeiro porque os meus colegas de partido não tem o poder de me tirar da comissão, eu não fui votado só por eles e pra me tirar da presidência tem que ser muito homem”, desafiou.
O vereador Pérsio não poupou críticas ao seu ex-gestor chegando a dizer, que o prefeito Julio Lossio assina projetos sem antes de ler, a pedido dos seus secretários e encaminha-os à Casa Plínio Amorim. “Não posso assinar um projeto ilegal e eu não sei se o Sr. Prefeito tem conhecimento disso, mas as pessoas enganam ele. Tem alguns secretários incompetentes e um procurador, que as vezes diz as coisas a ele, e o próprio Lossio assina documentos sem perceber, ele não ler antes e autoriza coisas erradas”, ironizou.
Ao declarar isso, Pérsio Antunes citou o exemplo de um projeto assinado por Lossio, que segundo o vereador permite a venda de um terreno em um condomínio da cidade, que pretende ser vendido, de acordo com Pérsio, por um valor abaixo do seu preço normal.
“Esse terreno já está todo edificado e eles mandaram pedindo a autorização da venda desse espaço por R$ 4,5 milhões, sendo que o terreno vale R$ 19,5 milhões, e isso eu não aceito porque segundo a lei, áreas públicas de condomínios servem exclusivamente àqueles empreendimentos e para permutar qualquer área ou vender, tem que ouvir os moradores do local, aí vem o prefeito e assina um documento sem ler, mandando vender uma área que não é do município. Eu não assino nada sem registro e fica o executivo querendo dá uma de esperto”.
Pérsio Antunes disse que vai esperar mais 10 dias para que as informações contendo todos os dados dos proprietários dos lotes cheguem na Casa Plínio Amorim. “Se esses dados não chegarem, vou entregar o caso ao presidente da Câmara para ele resolver, mas eu quero ver qual o macho que dará o parecer sem as informações, porque se isso acontecer, eu vou entrar na justiça com o promotor e quem assinar será responsabilizado por improbidade administrativa. Esse projeto é politiqueiro”, alfinetou Pérsio que ainda afirmou que fará uma reunião com os proprietários latifundiários (?) e citou o nome do vereador Paraíba.
“Ele não é o dono da comunidade, ele é um morador, que nem sei se habita lá no Santa Luzia. Paraíba precisa saber que não vou doar terreno para rico, para quem tem comércio grande ou para quem é grileiro”, desafiou.
Por fim, o vereador Paraíba (PMDB), em resposta ao vereador Pérsio disse que o parlamentar vem empurrando o projeto de regularização com a barriga. “Só depende da assinatura dele, o tempo está passado e essa história de grileiro, não vou nem comentar porque não passa de mentiras”, concluiu.