Será que o PCC vai atacar hoje?

Por Jorge Serrão 

Desde o final de semana, tem viralizado, nas redes sociais, vinda de “fonte segura e confiável”, a informação de que a facção Primeiro Comando da Capital promoverá um ataque. Inicialmente, o alvo seria uma cidade do interior. Logo depois, a cidade atacada seria São Paulo. A “recomendação” era para que as pessoas evitassem sair de casa nesta terça-feira. Em algumas mensagens, o mesmo texto vinha com a “chancela” de um suposto papel timbrado da área de inteligência da Secretaria de Segurança do Governo de SP.

Veja o texto: “Existe um boato circulando que no próximo dia 17/01 haverá um ataque em toda região de SP por parte do PCC. Entrei em contato com meu amigo coordenador do Conselho Nacional de Justiça que confirmou que existe de fato um informe de que haverá um Salve na terça-feira. Recomendo a todos que tenham cuidado redobrado e principalmente evitem sair a noite na próxima terça! Um abraço a todos. Fiquem seguros!”

Verdade ou mentira? Pouco importa… Basta que seja verossímil para que o terrorismo psicológico seja bem sucedido. Mesmo que a maioria não creia ou fique apavorada, o assunto entra “na pauta”. Se a mídia tradicional não noticia para gerar alarmismo, as mídias alternativas reproduzem o “informe”. No mínimo, o risco de violência se torna uma constante na cabeça das pessoas obrigadas a conviver com a insegurança pública. Todos nos tornamos reféns de uma guerra assimétrica. Bandidos sabem quanto atacam. As pessoas ficam na incerteza de como se defender. Eis a sociedade alarmada. Bem armada? Só a bandidagem cada vez mais organizada.

Existe a chance de o PCC repetir a onda de ataques terroristas que apavorou São Paulo em maio e agosto de 2006? As Forças Armadas, sobretudo o Exército, e a Polícia Militar do Estado de São Paulo, uma das mais bem preparadas e menos contaminada pelo crime organizado, fazem o monitoramento constante dos riscos. As autoridades de segurança não aceitam a repetição de 11 anos atrás, quando 20 policiais foram assassinados. O ousado ataque do PCC contou com a ajuda comprovada de atiradores profissionais e especialistas em explosivos de famosos grupos terroristas internacionais.

A crise penitenciária segue dominando o noticiário e tomando o tempo das “autoridades”. O Presidente da República e seus auxiliares mais próximos preferiam cuidar da eleição do presidente da Câmara ou das privatarias que organizam para breve. As centenas de mortes bárbaras em presídios já superam os 111 do famoso Carandiru. A diferença é que a cínica turma dos “direitos dos manos” não tem como responsabilizar policiais militares diretamente pelos assassinatos, do mesmo jeitinho com que manipulou a opinião pública em 2 de outubro de 1992.

Até a ingênua Velhinha de Taubaté percebeu que existe uma relação direta entre as revoltas organizadas nos presídios superlotados de pobres e o programado tsunami político gerado pela homologação das delações premiados das empreiteiras que roubaram bilhões em “consórcio” criminoso com os políticos. Não é à toa que Luiz Inácio Lula da Silva foi praticamente desaparecido do noticiário. A cena é roubada pelos marginais assassinados de modo tão ou mais brutal quanto o cadáver politicamente insepulto de um Celso Daniel… Uma provável delação de Eduardo Cunha deve subir a temperatura no inferno da politicagem…

Aparente refém da crise nos medievais e superlotados presídios brasileiros, o Presidente Michel Temer aproveitou a segunda-feira para conceder uma entrevista exclusiva à agência Reuters. Ele garantiu ser “zero, não há a menos possibilidade” de o governo ser desestabilizado pela Operação Lava Jato. Também assegurou que não vem candidato à reeleição em 2018: “Eu espero apenas cumprir essa tarefa e deixar que meu sucessor possa encontrar um País mais tranqüilo”.

Definitivamente, o desgoverno do Crime Institucionalizado nunca esteve tão intranquilo…

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