Servidores do município de Juazeiro recebem contracheques zerados, revela presidente do Sinserp
Redação
O presidente do Sindicato dos Servidores da Rede Municipal de Juazeiro, Sinserp, Luiz Alberto, em contato com a reportagem do AP mostrou preocupado com a situação de alguns servidores que estão passando por momentos difíceis devido ao elevado volume de empréstimos contraídos e que hoje estão sem condições de pagar.
“Quando chega final de mês recebem os contracheques zerados. Tem pessoa com problemas grave de saúde, estressada, deprimida, sem condições de trabalhar porque está preocupado com a situação dentro de casa, e isso tem chamado atenção da direção de nosso sindicato. A nossa proposta é para que o município afaste essas pessoas temporariamente para tratamento”, relatou Luiz Alberto.
“É grande o numero de pessoas que contraíram empréstimos consignados e cartões. Há mais de dez anos está sendo descontando em folha empréstimos relacionado ao cartão BMG, e para complicar mais ainda apareceram outros que estão descontando nas margens dos empréstimos deixando as contas zeradas a cada pagamento no final de mês”, lamentou.
Luiz Alberto afirmou que a direção do sindicato conversou com a administração municipal para tentar resolver a situação. “Na reunião, o município propôs criar um decreto. Passamos dois meses negociando, de uma hora para a outra fomos surpreendidos com a divulgação desse decreto que resolve apenas os problemas do presente e futuro, mas os graves problemas ocasionados no passado de fora”, lamentou.
Para quem paga pensão alimentícia, o problema se agrava mais ainda. “Este foi um dos problemas que gerou todo esse endividamento. Foi criado pelo governo municipal o adicional de estouro, isso significa que o município faz o pagamento para a pessoa, mas ela termina se envolvendo numa bola de neve passando a dever o consignado e ao município.”
Pessoas concursadas que ocupavam cargos de confiança no governo anterior, recebiam quase o dobro do salario. Por falta de controle, terminaram fazendo empréstimos além do salário fixo. Com a mudança de governo, perderam os cargos e hoje amargam problemas difíceis tentando honrar as dividas. “Infelizmente estão passando por esta situação nos dias de hoje. Elas adquiriram empréstimos para fazer tratamento de saúde, pagar dividas e honrar com seus compromissos”, disse.
Diante do quadro, Luiz Alberto afirmou que o sindicato pretende ingressar com ação na justiça. “Algumas liminares já foram concedidas pela justiça a favor dos servidores. Vamos ingressar com mais ações para que seja retornado o salário de direito do servidor para que possa sobreviver, se alimentar já que o município não resolveu o problema,” concluiu.