Esses números são resultados de uma entressafra marcada pela estabilidade climática, que influenciou positivamente o novo período de colheita – que teve início em setembro e deve continuar até março. Segundo o presidente do Sindaçúcar Pernambuco, Renato Cunha, espera-se que esta colheita seja a maior em quatro anos. “O clima da entressafra foi positivo, fazendo com que as projeções tenham sido de crescimento para a safra atual. Porém, as projeções podem ser diminuídas em função de um verão mais forte”, explicou.
A projeção de quase 13 milhões de toneladas de cana colhidas representa o maior volume dos últimos quatro anos. “O setor ainda não está nos melhores momentos, mas está tentando consolidar uma recuperação, procurando os mecanismos de mercado interno e exportação”, analisou Renato Cunha.
A formação atual de estoques pelos asiáticos, a alta do dólar e as dificuldades que vivem países exportadores de açúcar, como Índia e Tailândia, tornam a exportação ainda mais atrativa para os produtores. A possibilidade de desabastecimento e consequente alta nos preços do açúcar no Brasil, porém é descartada. De acordo com o presidente do Sindaçúcar, o abastecimento é garantido porque o país produz cerca de 42 milhões de toneladas e só consome 10 milhões.
Assim como outros setores, a indústria do açúcar também sentiu os efeitos da pandemia. A diminuição brusca do consumo de etanol e as disputas no mercado de petróleo foram os principais fatores negativos no período e que contribuíram para as perdas. Diferente de outros, porém, o segmento sucroalcooleiro vem se recuperando rapidamente. No acumulado de janeiro a setembro de 2020, o setor gerou 21.801 novos postos de trabalho no estado, sendo o maior empregador entre as usinas nacionais.
Somente em setembro, o setor sucroalcooleiro foi responsável pela criação de mais de 10 mil postos de trabalho no mês, representando 47% do total de empregos gerados em todo o Estado. Esses números mostram a importância do setor na economia de 58 municípios de Pernambuco que plantam a cana. “Os ativos da cana geram valor em mercadoria no setor de commodities, mas além disso, gera milhares de empregos distribuídos na indústria, logística e outros setores”, destacou Renato Cunha.