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Andréa Figuerêdo, médica geriatra do Hospital Jayme da Fonte, rebate os mitos relacionados ao sexo na terceira idade (Priscilla Mello) |
Uma vida sexual ativa é importante para o bem estar tanto físico quanto mental, no entanto, quando se trata da sexualidade na terceira idade, a temática logo se torna um tabu, mesmo com o interesse da sociedade em melhor atender as necessidades dos idosos. As noções equivocadas de que a mulher perde o desejo ou que não pode mais ter prazer nessa faixa etária juntam-se à ideia limitada de que a vida sexual se resume ao ato sexual, fazendo com que as mulheres mais velhas não tenham uma relação saudável com sua própria sexualidade.
Um estudo publicado em 2016 na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia mostrou que 84% dos idosos entrevistados não sabiam distinguir sexo de sexualidade, o que a médica geriatra do Hospital Jayme da Fonte, Andréa Figuerêdo, identifica como um dos principais equívocos sobre a sexualidade, “É possível sim manter a sexualidade, manter o prazer, o carinho, essa troca, não apenas com o ato sexual, mas com abraço, com beijo. Não é porque a mulher envelheceu que ela vai ficar limitada ou não vai mais ser possível ter essa forma de prazer”.
A atividade sexual apresenta diversos benefícios para a saúde da mulher idosa, entre eles: liberação da endorfina e da ocitocina – hormônios ligados ao prazer e ao bem-estar –, melhora na autoestima, redução do estresse, promoção de conexão com parceiro e até mesmo contribuição na saúde cardiovascular. Ela comenta que, para muitas mulheres, manter uma vida sexual ativa também reforça a sensação de vitalidade e de pertencimento. Mas, apesar desses pontos positivos, a idade traz certas dificuldades, como a secura vaginal, dispareunia (dor durante a relação), diminuição da libido, dificuldade de atingir o orgasmo e a baixa autoestima. Quando não investigadas por um especialista, essas disfunções sexuais podem, eventualmente, impactar na vida sexual feminina.
Outro grande engano mencionado por Andréa é o abandono do uso de preservativos. A especialista reforça a necessidade de continuar utilizando-os, mesmo após a menopausa, quando não existe a possibilidade da gravidez. As infecções sexualmente transmissíveis continuam sendo um risco, principalmente se for um recém-conhecido ou um relacionamento instável.
“O prioritário é que a mulher deve se sentir bem com as suas escolhas, não se culpar, não ter aquela pressão social sobre o que as amigas vivem ou o que as amigas fazem. O que importa é que ela esteja bem consigo mesma, que ela esteja conseguindo viver uma vida plena e com qualidade de vida”, finaliza Andréa.
Próximo ao marco de 70 anos, o Jayme da Fonte é referência no atendimento clínico geral, assim como de geriatria, ginecologia e urologia, em Pernambuco. Além disso, oferece um moderno complexo hospitalar, com serviços de urgência e emergência 24h em traumato-ortopedia, clínica médica, cirurgia geral e cardiologia.