Só enxerga o preto e o branco

Opinião

Numa pesquisa do Instituto Veritá, divulgada ontem, a governadora Raquel Lyra (PSDB) foi apontada como a mais impopular do País. Sua taxa de rejeição supera a casa dos 60%, enquanto apenas 39% aprovam a sua gestão. Para mim, surpresa zero. Raquel não é uma tragédia administrativa de hoje, vem desde o Governo Eduardo Campos quando ocupou uma pasta na área social.

Naquela época, entre os colegas de gestão ninguém a tolerava. Não acredito em político que não faz política, ou seja, que não dialoga. Fui recebido, ontem, no Rio, pelo governador Cláudio Castro e ele me disse, sem pestanejar, que a maior obra do seu governo é o diálogo, ouvir as pessoas. “Diálogo é o avanço da política por meios passivos, instrumento recomendado e desejável de alcançar as metas”, disse ele.

Estou debruçado num livro bastante interessante, que recomendo à governadora: “Poder & Manipulação – Como entender o mundo em 20 lições extraídas de O Príncipe, de Maquiavel”, do jornalista brasileiro Jacob Petry, radicado nos Estados Unidos. Se ela ler, certamente não errará mais tanto, agirá com mais segurança, ousadia e astúcia perante a vida.

O Governo de Raquel é ruim porque é a cara da passagem dela pela Prefeitura de Caruaru. Ali, maquiou até onde pôde, só se elegeu porque contou com o apoio de Zé Queiroz, a quem negou pão e água. Aliás, a governadora trata todos os seus aliados de forma mesquinha, não valoriza ninguém. Basta ouvir quem esteve em seu redor em Caruaru e quem está agora tentando ajudá-la no Governo do Estado.

Centralizadora, de viés ditatorial, acha que o mundo gira em torno do seu nariz empinado. Não sabe ela que na política é inerente ver as coisas como de fato são e não como gostaria que fossem. Isso, posto em prática, traz enorme sabedoria e poder de discernimento. Aqueles que enxergam o mundo por duas extremidades, o preto e o branco, perdem toda a beleza e magia que existe no azul, no amarelo, no vermelho, no verde e seus infinitos matizes.

Ainda há tempo para mudar, governadora! Enquanto é cedo.

Por: Magno Martins

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