Renata Bezerra de Melo
Antes de deixar o cargo, ainda em março, o, então, ministro da Educação, Cid Gomes, cuidou de apontar o dedo para o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, e tachá-lo de achacador: “Prefiro ser acusado por ele de mal educado do que ser acusado como ele de achaque”. Cunha nem esperou a presidente Dilma se pronunciar e ele mesmo anunciou a demissão do ministro, o mesmo Cunha que, hoje, defende o parlamentarismo. O detalhe é que, naquele mesmo dia, pesquisa Datafolha apontava o Congresso com apenas 9% de aprovação, o mesmo percentual, considerando a margem de erro, que o instituto registrou para Dilma (9%), no dia 20.
O parlamento anda tão mal visto pela opinião pública quanto a petista. Mas o Datafolha também apontou, em abril, que 87% dos entrevistados defendiam a redução da maioridade penal. Cunha não joga só para plateia. Tem cartas nas mangas com os colegas de plenário. Não à toa, repetiu a votação da PEC da maioridade e conseguiu os apoios que faltavam.
Fonte: FolhaPE