— O que eu quero deixar claro é o meu apreço pela senadora Marina Silva. Tenho apreço e admiração por ela desde o tempo em que era ministra, pela sua postura e maneira de ser. Fiquei até preocupado quando não saiu a Rede e a possibilidade de ela não participar do processo eleitoral — afirmou o governador paulista.
Preocupado ficou o grupo de Alckmin com as notícias de possível desembarque do PSB do projeto à reeleição do governador. Aliados do tucano passaram os primeiros dias do ano até esta segunda-feira procurando lideranças do PSB para esclarecer se a aliança existente hoje seria desfeita em 2014. O PSB comanda uma secretaria de estado e tem cargos em estatal. Para Alckmin, o partido é um dos mais importantes para a coligação deste ano.
— O diálogo está mantido até surgir um fato novo. O governador fez questão de dizer que tem apreço pessoal pela senadora Marina e que veto talvez não seja a palavra correta para esse caso. Há sim a busca por uma candidatura própria, o que é legítimo, por parte do PSB, mas, se isso não se consolidar, desejamos tê-los conosco — afirmou o presidente do PSDB em São Paulo, Duarte Nogueira.
Tucanos disseram ter ouvido de dirigentes do PSB que nada foi decidido por enquanto sobre uma eventual ruptura com o PSDB em São Paulo e que o diálogo sobre apoio para a sucessão estadual continua. Uma reunião de lideranças do PSB com Alckmin está prevista para este mês.
A ala paulista do PSB, liderada pelo presidente estadual da sigla, Márcio França, quer manter a aliança, mas espera do governador uma proposta concreta sobre o espaço que o partido teria na coligação. O grupo espera a oferta da vice ou da vaga para o Senado.
Já a Rede defende que a sigla tenha candidatura própria e rompa com os tucanos. O principal nome para disputar o governo paulista pelo PSB é o da deputada Luiza Erundina, mas ela resiste.
Um dos vice-presidentes do PSB nacional, o deputado Beto Albuquerque disse esta segunda-feira que ainda é cedo para fechar alianças.
— O PSB e a Rede discutem agora as questões programáticas. As alianças não serão definidas agora, apenas depois desse processo.
A resistência de integrantes da Rede em apoiar candidatos tucanos nas eleições de 2014 não se resume apenas a São Paulo. No Paraná, Minas Gerais, Piauí, Ceará e Pará membros da Rede têm defendido também nomes próprios para firmar a posição de “terceira via” na disputa presidencial.
— A Rede está discutindo a tese de que a coligação entre Rede e PSB deve ter alternativas nos estados. Hoje, a nossa discussão é estarmos juntos. Se não der, vamos analisar o que fazer. E estamos dando a nossa opinião, segundo a qual é importante formar essa coligação também nos estados — afirmou o coordenador de organização da Rede, Pedro Ivo.
Em Minas Gerais, por exemplo, a direção estadual do PSB, que integra o primeiro escalão do governo do tucano Antonio Anastasia, vinha costurando um acordo em torno de uma candidatura do PSDB, mas a Rede defende um nome próprio, o do ex-deputado federal José Fernando Aparecido, braço do grupo no estado.
Fonte: O Globo