Soldado que vazou dossiê ao Wikileaks diz ser mulher e quer mudar nome
Um dias após ser condenado a 35 anos de prisão por vazar documentos confidenciais para o site Wikileaks, o militar Bradley Manning, 25, diz que é uma mulher. A um programa de TV da emissora “NBC News”, o militar de 25 anos disse nesta quinta-feira (22) que quer viver com o nome de Chelsea.
“Como uma transição para este próximo estágio da minha vida, quero que todos conheçam o verdadeiro eu. Eu sou Chelsea Manning. Sou uma mulher. Dada a maneira como me sinto, e tenho me sentido desde criança, quero começar um tratamento hormonal assim que possível. Espero que vocês me apoiem nesta transição. Solicito também que, começando hoje, vocês se refiram a mim pelo meu novo novo e use o pronome feminino [salvo em correspondência oficial à prisão]. Espero receber cartas de apoiadores e ter a chance de escrever de volta”, diz a declaração de Manning, que assina com o nome de Chelsea.
Condenado
Na quarta-feira (22), a Justiça fixou em 35 anos de prisão a pena de Manning pelo vazamento dos papéis. O advogado do soldado, David Coombs, disse que entrará com um pedido de perdão presidencial para reverter a condenação de seu cliente.
Segundo Coombs, a ideia é que a pena seja transformada no tempo que ele já foi preso –um pouco mais de três anos. Assim, o soldado seria imediatamente solto.
Caso não consiga reverter a pena, Manning poderá tentar pedir liberdade condicional em sete anos. “Qual é a percepção pública disso (da sentença)? Que foi um julgamento justo? A resposta é não. E isso é triste”, afirmou.
O advogado também contou que seu cliente reagiu com serenidade à sentença. “Eu e outros começamos a chorar. Manning olhou para mim e disse ‘está tudo bem. Você fez seu melhor. Eu ficarei bem e passarei por tudo isso'”, disse. (UOL com agências internacionais)