STJ envergonhou o País

Cinco ministros do Superior Tribunal de Justiça cometeram o arbítrio de passar por cima da sentença do juiz Sérgio Moro e reduziram a pena do ex-presidente Lula de 12 anos e um mês para 8 anos, dez meses e 20 dias. Da justiça brasileira não é de se esperar coerência nem imparcialidade. A decisão abre caminho para Lula sair de Curitiba para casa, contemplado pela lei que assegura prisão domiciliar.

A alma mais honesta do Brasil, como o ex-presidente já se definiu, sem vestígio de fina ironia, está cheio de processos e já condenado também em primeira no caso do sítio em Atibaia. Se os ministros do STJ querem vê-lo solto, deveriam buscar provas abundantes contra Lula, espalhadas em investigações que correm em Brasília e em Curitiba. Estão em processos no Supremo Tribunal Federal, em duas Varas da Justiça Federal em Brasília e na 13ª Vara Federal em Curitiba.

Envolvem uma ampla e formidável gama de crimes: corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, crime contra a Administração Pública, fraude em licitações, cartel, tráfico de influência e obstrução da Justiça. O Ministério Público Federal, a Polícia Federal, além de órgãos como a Receita e o Tribunal de Contas da União, com a ajuda prestimosa de investigadores suíços e americanos, produzira, desde o começo da Lava Jato, terabytes de evidências que implicam direta e indiretamente Lula no cometimento de crimes graves.

Não é fortuito que, mesmo antes da delação da Odebrecht, Lula já fosse réu em cinco processos – três em Brasília e dois em Curitiba. Também não é fortuito que os procuradores da força-tarefa da Lava Jato, após anos de investigação, acusem Lula de ser o “comandante máximo” da propinocracia que definiu os mandatos presidenciais do petista, desfalcando os cofres públicos em bilhões de reais e arruinando estatais, em especial a Petrobras.

Não deu certa sua estratégia de transformar processos jurídicos em campanhas políticas – e transformar procuradores, policiais e juízes em atores políticos desejosos de abater o maior líder popular do país. Lula não discute as provas, os fatos ou as questões jurídicas dos crimes que lhe são imputados. Discute narrativas e movimentos políticos, como tentou fazer diante do juiz Sérgio Moro, por quem foi condenado.

Nesses processos e em algumas investigações, todos robustecidos pela delação da Odebrecht, existem, por baixo, cerca de três mil evidências contra Lula. Elas foram analisadas por ÉPOCA. Algumas provas são fracas – palavrórios, diria Lula. Mas a vasta maioria corrobora ou comprova os crimes imputados ao petista pelos procuradores. Dito de outro modo: existe “prova em cima de papel” à beça. Há, como o leitor pode imaginar, toda sorte de evidência: extratos bancários, documentos fiscais, comprovantes de pagamento no Brasil e no exterior, contratos fajutos, notas fiscais frias, e-mails, trocas de mensagens, planilhas, vídeos, fotos, registros de encontros clandestinos, depoimentos incriminadores da maioria dos empresários que pagavam Lula. (Blog Magno Martins)

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