Suspeitas de pirâmides no país já chegam a 80

Já são cerca de 80 empresas investigadas por suspeitas de prática de pirâmide financeira, em todo o País. O número de casos cresce tão rápido que os promotores e procuradores da força-tarefa nacional do Ministério Público passaram a defender uma campanha educativa do governo federal e uma pena mais rígida para quem praticar o crime.

“Quando criamos a força-tarefa, em maio, eram 13 empresas. Em junho, passou para 30. Hoje já recebemos em torno de 80 denúncias. Mesmo sabendo que nem todas são realmente pirâmides, é um número que nos preocupa”, afirma a Procuradora da República em Goiás, Marianne Mello.

A Telexfree é a principal investigada e foi suspensa pela Justiça do Acre após atrair 1 milhão de pessoas em pouco mais de 1 ano de funcionamento. Mas outras três já foram paralisadas a pedido da força-tarefa do Ministério Público: a BBom, com 217 mil cadastros, a Priples, com 210 mil cadastros, e a Blackdever, com 50 mil cadastros.

O principal problema enfrentado pelas autoridades envolvidas na investigação é a necessidade de cumprir os ritos burocráticos e legais, de um lado, e a rapidez cada vez maior com que os esquemas têm atraído pessoas.

“Temo que a força-tarefa não consiga investigar de forma adequada todas as empresas na velocidade necessária para evitar um grande prejuízo à população. Estudos mostram que 90% dos participantes de pirâmides têm prejuízo”, diz Marianne.

Ela defende que o governo federal deveria fazer uma campanha educativa, assim como fez com o tabagismo.

O assunto tem preocupado tanto as autoridades que motivou o deputado federal Sílvio Costa a iniciar a coleta de assinaturas para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a “explosão” de supostas pirâmides, o que deve ser concluído até a próxima semana.

São necessárias 171 assinaturas.

Segundo Sílvio Costa, a Câmara Federal só permite a realização simultânea de cinco CPIs, o que gerou a formação de uma espécie de “fila de espera” por novas comissões. Assim, será preciso coletar as assinaturas e “aguardar a vez” para o início da CPI. (Giovanni Sandes/JC)

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