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Foto: Reprodução |
O barman Adilson Albuquerque de Franca, de 24 anos, foi preso em flagrante, na terça-feira (11), por suspeita de assassinar o irmão mais novo com um golpe de “mata-leão”, no Ibura, Zona Sul do Recife. A vítima, Adrian Albuquerque de Franca, de 20, chegou a ser socorrida, mas não resistiu.
Em interrogatório, obtido pelo Diario de Pernambuco, Adilson afirma que morava com o caçula e a mãe, em uma casa na Rua Valparaíso, onde o caso aconteceu. Segundo relata, a briga com Adrian teria começado por causa de um celular no carregador.
O suspeito diz que colocou o aparelho na tomada, mas, ao ir conferir a carga, percebeu que ele havia sido retirado, sem aviso. No lugar, estaria o celular de Adrian.
Irritado, Adilson teria começado a xingar o irmão, que retrucou, dando início a uma briga física. Segundo o suspeito, o caçula pulou no seu pescoço, foi retirado em seguida e jogado em um sofá. Nesse momento, Adrian também teria dado uma mordida na perna dele.
De acordo com Adilson, o irmão “teve uma crise epilética” durante a briga. “O interrogado afirma que este abriu a boca da vítima para não deixar a língua enrolar”, registra o depoimento. “Neste momento seu irmão ficou desacordado”.
A versão do suspeito é contestada por testemunhas ouvidas no inquérito. Aos policiais, uma familiar, que mora na vizinhança, afirmou que a mãe dos jovens chegou a gritar por socorro após Adilson dar um golpe de esganadura no irmão. “Ele pegou pelo pescoço, matou meu filho”, teria dito a genitora.
A testemunha, que foi até o local dos fatos, também relata ter visto que, mesmo com o irmão desacordado do lado dele, o suspeito “não tinha reação”. Em vez de prestar socorro, Adilson teria até parado para passar álcool em uma ferida na perna, de acordo com ela.
Outro vizinho também declarou que Adrian foi socorrido sem auxílio do irmão mais velho. Segundo ele, uma mulher desconhecida, que passava de carro pelo local, é quem teria levado a vítima até a Policlínica Professor Arnaldo Marques, no Ibura, onde a morte foi constatada.
Na delegacia, as testemunhas afirmaram que Adriano seria usuário de drogas, tinha histórico de agressão contra a mãe e de atritos com o caçula, que costumava defendê-la. Disseram, ainda, que ele teria humor instável.
“Em alguns momentos ele está bom, em outros tem surtos e começa a esculhambar todo mundo”, relatou uma das testemunhas, em depoimento.
Acionados, os policiais encontraram Adilson ainda dentro da casa e o prenderam em flagrante. Ele estaria recluso no local para evitar ser linchado, de acordo com a investigação.
No interrogatório, ele disse não ser dependente químico e afirmou que só faria uso de maconha “em dias de festa”. Também negou que tivesse histórico de brigas com a mãe ou com o irmão.