Suspeito de dar golpe em 30 mil clientes pede habeas corpus

O advogado de Passo Fundo suspeito de dar golpe em 30 mil clientes e lucrar R$ 100 milhões de forma indevida, Mauricio Dal Agnol pediu habeas corpus mesmo estando foragido. Apesar de o pedido ter sido feito na terça-feira, ainda não chegou a ser julgado.

O advogado que fez o pedido, Demetryus Eugenio Grapiglia, explica que não sabe se irá continuar defendendo Dal Agnol e por isso prefere não opinar sobre os supostos crimes dele:

— Fui procurado por uma pessoa que pediu que não revelasse sua identidade. Fiz por coleguismo. Éramos vizinhos e somos amigos.

Ele ainda afirmou que não sabe do paradeiro de Dal Agnol ou se ele irá se entregar. Dal Agnol, que estaria de férias nos Estados Unidos, quando foi decretada sua prisão preventiva, é apontado pela Polícia Federal como pivô de um esquema que repassaria valores irrisórios a clientes que eram acionistas da antiga CRT. Segundo as investigações, ele ficaria com a maior parte do dinheiro dos clientes que ganhavam as ações movidas pelo seu escritório.

Entre as justificativas para o habeas corpus, Grapiglia afirma que há um julgamento midiático antecipado e que a prisão não se explica — já que Dal Agnol não teria risco de fuga, pois tem um patrimônio com valor superior ao suposto desvio e caso fosse considerado culpado poderia arcar com as despesas. Leia abaixo a íntegra do pedido de habeas corpus.

Outra pessoa também supostamente envolvida no esquema entrou com habeas corpus e teve o pedido negado pela desembargadora Vanderlei Teresinha Tremeia Kubiak. Foi o apontado pela polícia como captador de clientes na Serra, Vilson Bellé.

A mesma desembargadora é responsável por dar uma resposta ao pedido de Dal Agnol. No entanto, no sistema do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), consta que haveria uma desistência do pedido de habeas corpus.

— Não fui eu quem protocolei uma petição de desistência. Essa petição é ilegal, eu continuo querendo o habeas corpus — afirma o advogado Grapiglia.

Somente Grapiglia ou o próprio Dal Agnol poderiam ter pedido a desistência, mas Grapiglia informa que não foi qualquer uma das opções. Até a publicação dessa matéria, nem a desembargadora Vanderelei ou a assessoria de imprensa do TJRS deram uma explicação sobre o assunto. (Zero Hora)

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