Suspense no último dia de trabalho entre médicos e funcionários do Hospital Regional em Juazeiro
Mais uma vez agoniza a saúde de Juazeiro. Há quase seis anos Juazeiro viu reabrir um hospital que há muito não prestava serviço a sua população. Um hospital que nesses últimos anos cresceu trazendo vários serviços antes inexistentes à região, especialidades médicas, exames complexos, internação e assistência em saúde de qualidade. Hoje o Hospital Regional de Juazeiro conta com programas de residencia médica e multiprofissional que formam profissionais da região e de fora, aumentando a excelência da prática médica, de enfermagem, fisioterapia e nutrição, profissionais que prestam serviço a nossa população e que aqui permanecem após o término de sua especialização, diferenciando a saúde no Vale do São Francisco.
Agora o Hospital Regional de Juazeiro encontra-se às vésperas de colapsar. Estamos todos os funcionários cumprindo aviso prévio até o dia 31 de Maio e sem posicionamento algum acerca do que sucederá na segunda-feira, dia 01 de Junho. Dentro de um processo relâmpago realizado pela SESAB (Secretaria de Saúde da Bahia) foi escolhida uma empresa, a APMI, que assumirá um hospital com 150 leitos, sendo 20 de UTI, emergência complexa com cerca de 4 mil atendimentos por mês e que ainda não se pronunciou diante dos funcionários para definir como funcionará e que não sabemos se tem experiência em gerir um hospital desse porte. Não sabemos se os programas de residência, tão importantes terão continuidade.
A população não faz ideia, porém a partir de 01 de Junho todos os contratos celebrados pela gestão anterior serão extintos junto com a administração da mesma. Não teremos material suficiente para medicar nossos pacientes, não teremos equipe de higienização, não teremos impressos, nem equipe de nutrição. O que faremos sem medicações suficientes? Como alimentaremos os pacientes? Como prestaremos assistência com equipe incompleta? Todas essas são dúvidas que tiram a tranquilidade dos atuais funcionários do Hospital Regional, que até então não têm perspectiva de manutenção do funcionamento adequado da instituição, enquanto as secretarias de saúde do município e do estado simplesmente afirmam que estão trabalhando para a manutenção do hospital, sem, porém, informar à população e aos funcionários de que forma o fazem.
Chamamos a população à realidade, pois os usuários não podem ser penalizados por essa desorganização. O que será da saúde da população do Vale do São Francisco e arredores a partir do dia 01 de Junho?
Assinam: médicos e funcionários do HRJ