O PSB confirmará a pré-candidatura de Tabata Amaral (PSB) na convenção no próximo sábado (27), mas delegará para a Executiva do partido o poder de decidir posteriormente sobre quem será o vice na chapa e a costura de alianças com outros partidos. A brecha é uma estratégia comum em convenções partidárias, mas, no caso de Tabata, ganha relevância diante do racha interno vivido pelo PSDB, partido que ela tenta conquistar o apoio.
O pré-candidato tucano, José Luiz Datena, declarou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo na segunda-feira (22), que pode desistir da candidatura a prefeito antes mesmo da convenção do PSDB marcada também para o sábado se não houver consenso no partido.
Ele, no entanto, mudou de posição e disse ao Estadão um dia depois que “basta” o apoio do presidente do PSDB, Marconi Perillo, para manter a pré-candidatura. O dirigente partidário afirma que o apresentador tem o respaldo da direção da legenda.
Aliados da deputada disseram ao longo das últimas semanas que ainda acreditavam na desistência de Datena, mas passaram a admitir que a possibilidade se tornou remota à medida que o jornalista dava sinais que desta vez estará mesmo nas urnas — como a participação em entrevistas e sabatinas, a contratação de um marqueteiro e a ida ao Mercadão Municipal, primeiro ato de pré-campanha na rua que o apresentador fez na vida.
Embora o apresentador tenha reafirmado a intenção de ser candidato, aliados de Tabata avaliam que a convenção do PSDB tem potencial para ser tumultuada, o que pode levar à desistência do apresentador. Uma ala do PSDB que quer apoiar o prefeito Ricardo Nunes (MDB) articula lançar o ex-presidente municipal Fernando Alfredo (PSDB) como candidato na convenção contra Datena.
Tabata ainda está disposta a honrar o acordo fechado com o PSDB antes do partido decidir lançar o apresentador. Segundo ela, foi acertado que os tucanos indicariam seu vice.
Como faltaria tempo hábil para um acerto entre os dois partidos em caso de desistência de Datena, já que as duas convenções ocorrerão no mesmo dia, a saída encontrada pelo PSB será delegar a decisão para a Executiva. A decisão pode ser tomada até o dia 15 de agosto, último dia do prazo de registro das candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Tabata disse em entrevista à rádio Novabrasil FM na terça-feira que espera definir o vice até sábado. Neste cenário, será indicado um nome do PSB, mantendo a brecha para a Executiva alterar a indicação caso haja acordo com os tucanos posteriormente. Não está descartado, porém, deixar o posto vago até a reta final do prazo para registrar a chapa.
“Caso o Datena desista da candidatura, e o PSDB queira cumprir o acordo que foi firmado, a gente vai sentar e entender quem seria esse outro vice”, disse Tabata na entrevista. Ela acrescentou que não faz mais sentido que o apresentador seja seu vice, como desejava inicialmente. “Não é por veto. É só porque o Datena já manifestou que não quer ser vice e a gente entendeu que as coisas mudaram nos últimos tempos”, continuou.
Ela citou como possíveis vices tucanos o presidente municipal do PSDB de São Paulo, José Aníbal; o presidente da federação PSDB-Cidadania na capital paulista, Mario Covas Neto, e o ex-deputado federal Ricardo Tripoli.
No caso de chapa pura, são cotados os nomes da segunda dama, Lu Alckmin (PSB), esposa do vice-presidente Geraldo Alckmin, Lúcia França (PSB), casada com o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), e o ex-secretário do governo Alckmin, Floriano Pesaro (PSB).
Embora seja o nome preferido, Lu Alckmin é a possibilidade considerada mais difícil. O convite a ela é visto como uma deferência a Alckmin, principal fiador da pré-candidata.
Tabata aparece com 7% das intenções de voto, empatada tecnicamente em terceiro lugar com Datena, com 11%, e Pablo Marçal (PRTB), com 10%, na última pesquisa Datafolha publicada no dia 5 de julho. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Nunes e Guilherme Boulos (PSOL) aparecem na liderança, com 24% e 23% respectivamente.
Do Estadão