Tacla Duran consegue habeas corpus no STF e vai depor à Câmara, para desespero de Moro e Dallagnol

Ex-advogado da Odebrecht vai detalhar denúncias contra a Lava Jato; ele acusa Moro e Dallagnol de liderarem um esquema de extorsão

Rodrigo Tacla Duran.Créditos: Reprodução/YouTube

ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu nesta terça-feira (6) um habeas corpus ao advogado Rodrigo Tacla Duran. A medida foi tomada para que Duran participe de audiência na Câmara dos Deputados, marcada para o dia 19 de junho – ocasião em que promete detalhar denúncias que vem fazendo contra antigos integrantes da Operação Lava Jato, em especial contra o deputado cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que é ex-procurador da República, e o senador Sergio Moro (UB-PR), ex-juiz federal.

Tacla Duran atualmente vive na Espanha, acusa a dupla de venda de sentenças e, ainda, de ter sido extorquido em R$ 5 milhões para que ele pudesse obter benefícios em acordos de colaboração com a Lava Jato e, assim, se livrar da prisão.

A partir dessas denúncias, o juiz Eduardo Appio, atualmente afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba, encaminhou o caso para o Supremo Tribunal Federal (STF) e Polícia Federal (PF). Em março, Appio havia revogado a ordem de prisão contra Tacla Duran que havia sido decretada em 2016 pelo então juiz Sergio Moro no âmbito da Lava Jato.

desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, entretanto, tomou decisão que, na avaliação do juiz, poderia levar o advogado à prisão. O HC concedido por Toffoli, portanto, garante que Tacla Duran não seja preso ao desembarcar no Brasil.

Após as denúncias em depoimento a Appio, Duran passou a integrar o Programa Federal de Proteção a Testemunhas, uma vez que o juiz entendeu que envolve acusações contra pessoas que possuem “grande poderio político e econômico”.

Denúncias gravíssimas 

Autor do requerimento para convidar Tacla Duran à Câmara, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) classifica como “gravíssimas” as denúncias do advogado contra Moro e Dallagnol.

São denúncias gravíssimas, como de venda de sentenças durante a operação, que envolvem o ex-juiz Sergio Moro e o então procurador-chefe Deltan Dallagnol. De acordo com Duran foram depositados R$ 5 milhões para o escritório do sócio da empresa de advocacia de Rosângela Moro“, diz o parlamentar.

Vale lembrar que Moro e Dallagnol fizeram de tudo para que Tacla Duran não fosse ouvido. E as tentativas de silenciá-lo continuaram, uma vez que foi recentemente enviado um requerimento semelhante à Comissão de Fiscalização e Finanças, onde Dallagnol fez de tudo para barrar. E conseguiu. Desta vez, não vai ter como esconder o debate! Que Tacla Duran repita na cara de Moro, Dallagnol e Rosângela as denúncias que ele tem todo o direito de fazer”, emenda o petista.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *