Taxa de desemprego é mentira do IBGE, afirma Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta sexta-feira que a taxa de desemprego no Brasil, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é “uma mentira” por parte do órgão. A taxa no trimestre encerrado em novembro foi de 6,1%, a menor do país na série histórica iniciada em 2012.

Segundo o ex-chefe do Executivo, as informações não servem para balizar a economia brasileira. “Quem não procura emprego, para o IBGE, está empregado. Para quem recebe qualquer benefício social, [como o] Bolsa Família, está empregado. Então sobra uma quantidade bem pequena de pessoas para saber se está empregado ou não. E essa mentira é corroborada pelo fato de ter aumentado o número de pessoas que procuram o seguro-desemprego”, disse Bolsonaro em live da rádio AuriVerde Brasil.

Metodologia do IBGE

A taxa de desemprego é calculada na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua do IBGE. Considera em situação de desemprego aqueles que tentaram e não conseguiram encontrar trabalho no período analisado. Os que não estão empregados, mas não buscaram vaga, são considerados fora da força de trabalho e não entram no cálculo.

Há também a situação dos desalentados, pessoas que gostariam de trabalhar e estariam disponíveis, mas não procuraram trabalho por acharem que não encontrariam vagas e desistem de ingressar no mercado. Também são considerados fora da força de trabalho e não entram no cálculo do IBGE.

Esta metodologia é adotada pelo IBGE desde o início da Pnad, em 2012. Ou seja, era a mesma utilizada durante o governo de Bolsonaro (2019-2022). Segue a definição e recomendação da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Em relação ao Bolsa Família, o programa não exige que o beneficiado esteja desempregado para receber o auxílio.

O IBGE também explica que o recebimento de outros programas sociais, como o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e o seguro-desemprego, não tem correlação direta com a ocupação ou desocupação. Os beneficiários, segundo o órgão, podem ser classificados como parte da força de trabalho (como ocupados ou desocupados) ou como fora da força de trabalho.

Há casos em que beneficiários de seguro-desemprego trabalham informalmente, por exemplo, como motorista de aplicativo ou no comércio ambulante. Dessa forma, são classificados como ocupados pelo IBGE.

Também há a possibilidade de beneficiários do programa seguro-desemprego não estarem ocupados e não terem tomado providência efetiva para conseguir trabalho. Portanto, são classificados como “fora da força de trabalho”.

Veja as divisões do mercado de trabalho adotadas pelo IBGE:

Desemprego na mínima histórica

A taxa de desemprego do Brasil foi de 6,1% no trimestre encerrado em novembro. É o menor nível de desocupação do país na série histórica, iniciada em 2012. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o resultado nesta sexta-feira.

Segundo o instituto, a taxa de desemprego caiu em relação ao trimestre anterior (de junho a agosto), quando foi de 6,6%. Em relação ao mesmo período do ano passado (7,5%), recuou 1,4 ponto percentual. Em números absolutos, o Brasil tinha 6,8 milhões de pessoas que procuravam empregos no trimestre de setembro a novembro. Foi o menor contingente de desocupados desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014.

A população desocupada caiu 7,0% em comparação com o trimestre anterior, o que representa uma diminuição de 510 mil pessoas. Em 1 ano, o número de desempregados recuou 17,5%, ou 1,4 milhão de brasileiros.

Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), que divulga mensalmente os dados do mercado de trabalho.

Do Poder360.

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