Temer diz que respeita, mas não ‘leva em conta’ pesquisas de aprovação

O presidente Michel Temer, em entrevista à rádio Jovem Pan nesta quinta-feira (6), afirmou que respeita, mas não leva em conta resultados de pesquisas sobre a aprovação do governo.

Ele foi questionado sobre o levantamento do Ibope, encomendado pela CNI e divulgado nesta segunda-feira (4), que mostrou que 14% dos eleitores aprovam o governo e 39% reprovam.

“Para mim, com toda franqueza, eu não levo em conta. Respeito, mas não levo em conta. Se chegar ao final do govenro com 5% de aprovação e os 12 milhões de desempregados tiverem empregados, me dou por saitisfeito. Eu quero ter o apoio dos que agora estão desempregados”, afirmou o presidente.

Temer voltou a afirma que não será candidato em 2018. “Governar o Brasil é honroso, mas dá muito trabalho. Tendo chegado à presidência, não vejo razão para pensar em reeleição”, completou. “Eu estou preocupado é em colocar o Brasil nos trilhos”.

Em setembro do ano passado, quando havia sido divulgada uma pesquisa sobre a aprovação do governo da então presidente Dilma Rousseff, Temer afirmou que considerava “difícil” ela resistir no governo por mais três anos e meio com uma baixa aprovação. Na época, pesquisa Datafolha apontava que 8% dos entrevistados aprovavam o governo e 71% reprovavam.

“Hoje [setembro de 2015], realmente o índice [de aprovação de Dilma] é muito baixo. Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo. Muitas vezes, se a economia começar a melhorar, se a classe política colaborar, o índice acaba voltando ao patamar razoável. O que nós precisamos não é torcer, é trabalhar para que nós possamos estabilizar essas relações. Se continuar assim, eu vou dizer a você, para continuar 7%, 8% de popularidade, de fato fica difícil passar três anos e meio”, afirmou Temer na ocasião.

Resultado das eleições
Uma das perguntas feitas a Temer na entrevista foi sobre a forma do apoio do PSDB ao governo após os resultados das eleições no domingo (2), nas quais o partido venceu em cidades importantes e conseguiu o maior número de votos no país. A pergunta abordava se o PSDB seria um aliado que, forte eleitoralmente para 2018, ficaria “no calcanhar” do governo. Ao responder, Temer disse apenas que a base do governo se saiu vitoriosa nas eleições municipais.

“Em primeiro lugar, essa votação que se deu no domingo revelou que a base aliada venceu fantasticamente, o que significa, por via indireta, uma aprovação a tudo que foi feito sob foco legal e constitucional”, disse o presidente.

PEC dos gastos
O presidente também foi questionado sobre a mobilização do governo para aprovar no Congresso a proposta de emenda  à Constituição (PEC) que estabelece um teto para os gastos da União. A iniciativa é uma das principais apostas da gestão Temer para reverter o rombo nas contas públicas e superar a crise na economia.

Para o presidente, o governo vai conseguir aprovar o texto com “ampla maioria”. “Não há esse receio [de o teto não passar]. Nós vamos ter uma ampla maioria. Precisamos de 308 votos. Ao longo do tempo, a sociedade sempre cobrou que o estado contivesse seus gastos”, afirmou Temer.

Ele afirmou que o governo está trabalhando “passo a passo” para aprovar medidas que possam ajudar na recuperação da economia. Segundo Temer, a PEC do teto abrirá caminho para outras iniciativas, como a reforma da Previdência. “Em primeiro lugar você precisa fixar um teto para os gastos e, na sequência, vai fazendo aquilo que o teto exige”, disse o presidente.

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