Tendências da indústria automobilística para este ano

 

Por: Renato Ferraz

O mercado automobilístico mundial passou, ao longo dos últimos anos, por várias mudanças. E 2025 tem tudo para aprofundar essas transformações. Alguns aspectos terão impactos ainda mais profundos no Brasil em função do cenário macroeconômico do país.

Para auxiliar tanto o ecossistema corporativo que movimenta o setor quanto o próprio consumidor a se prepararem para essa nova temporada, a MegaDealer, que acompanha mensalmente o desempenho do mercado por meio do Estudo Performance de Veículos Usados (PVU), realizado com base nos dados da plataforma Auto Avaliar, desenvolveu o guia ‘Sete Tendências da Indústria Automobilística no Brasil para 2025’.

De acordo com o CEO da Auto Avaliar, J.R. Caporal, apesar dos obstáculos particularmente desafiadores na esfera macroeconômica, a dinâmica do desenvolvimento tecnológico e dos modelos de negócios também oferecerá oportunidades significativas de expansão em todos os sentidos durante os próximos 12 meses. Segundo o mapeamento, as sete tendências são as seguintes:

  1. Aumento no custo do crédito: Em função da depreciação no cenário econômico local e aumento das taxas de juros, esse fator representará um desafio para expansão das vendas.
  2. Crescimento das vendas dos veículos elétricos e híbridos novos: Como consequência dos primeiros carros sendo produzidos em fábricas no território brasileiro com destaque para as marcas chinesas que entregaram tecnologia e design que agradaram ao consumidor brasileiro.
  3. Concentração e fortalecimento dos grupos de concessionárias: Essas instituições estão se tornando cada vez mais competitivas no Brasil e já apresentam a possibilidade de abertura de capital na Bolsa de Valores.
  4. Pressão por aumento de preços nos carros 0km: Será um efeito da alta do dólar que atinge componentes importados nos veículos e operações logísticas. Da mesma forma, os carros usados serão impactados e terão aumento do ticket médio de venda e de preços.
  5. As redes de concessionárias e lojistas permanecerão com alta rentabilidade em carros usados: Veremos também um crescimento acentuado do volume de carros eletrificados usados, uma vez que os primeiros clientes estarão completando o ciclo de troca após dois anos de uso.
  6. Continuidade do processo de fusões e aquisições entre as montadoras num âmbito global: Neste sentido, temos como exemplos Honda e Nissan, Stellantis, Tata e JLR, entre outras. Este movimento provocará transformações no mercado nacional.
  7. Aumento da satisfação do consumidor com a experiência de compra do veículo: Este sentimento será transmitido através da modernização e melhoria de processos, da utilização de diversos canais de venda (omnichannel) e principalmente das plataformas digitais de e-commerce.

IPVA e cartão de crédito – Um levantamento realizado pela Zapay, fintech de consulta e pagamento de débitos veiculares, revela um aumento de 36,1% no uso do cartão de crédito para pagamento do IPVA no comparativo entre 2023 e 2024. Entre os proprietários de carros, motos e caminhões que optaram pelo crédito na hora de pagar o imposto, a preferência foi pelo parcelamento da cota única em 12 parcelas. No total, 37,5% dos pagamentos foram feitos dessa forma, um aumento de 83,5% em relação a 2023.

De acordo com os dados, o parcelamento em três vezes é a segunda opção mais utilizada, correspondendo a 10,1% do total de pagamentos no cartão de crédito. Praticamente o mesmo número dos pagantes que preferem fazer em uma vez no cartão, 10%. Uma das características apontadas pelo levantamento foi a queda brusca dos proprietários de veículos que optaram em dividir seu IPVA em 10 vezes. A opção, que era vice-líder na preferência dos clientes em 2023, apresentou uma queda de 42,9% nos números de 2024.

Gasolina subiu 9,39% em 2024 – O IPCA, que mede os preços e serve como referência para a inflação, fechou 2024 em 4,71%. Mas o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), levantamento que consolida o comportamento de preços das transações nos postos de combustível, mostra que o preço médios dos combustíveis fechou o ano acima desse percentual: o etanol, por exemplo, registrou um aumento acumulado de 18,61% ao longo do ano. Já a gasolina teve uma alta de 9,39% no mesmo período.

Os combustíveis encerraram o ano com preços médios de R$ 4,27 e R$ 6,29, respectivamente. Além dos reajustes ao longo do ano, a alta nos combustíveis também foi provocada pela valorização do dólar em comparação ao real, principalmente nestas últimas semanas de 2024. “Fatores de infraestrutura também afetam o preço final encontrado pelo consumidor nas bombas dos postos de abastecimento. “É importante ressaltar que, apesar do etanol ter apresentado uma variação significativa no decorrer do ano, o biocombustível ainda é mais viável financeiramente em boa parte do Brasil”, afirma Douglas Pina, diretor-geral de Mobilidade da Edenred Brasil.

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