Texto de Osvaldo Coelho sobre UNIVASF é classificado de xenofobo

*José Evérton

“Sim, a Univasf tem dono: o povo brasileiro”

blogqspUnivasf-Juazeiro

Quando penso que nada vem me importunar numa manhã ensolarada, vejo essa notícia um tanto cômica, que alega que elites sertanejas (sim, alega isso) seriam as donas da Univasf.
Segundo o autor do texto, a Univasf erra por ser a favor do Brasil. Ponto. Respiro.
Que porra é essa? Quer dizer que a Univasf não é pra ser a favor do Brasil? Por acaso ao trazer pessoas de fora para cá, não estamos integralizando essas pessoas com os nordestinos? Caro sr., isso que estás fazendo tem nome, é xenofobia.
Ainda no texto, o autor refere-se apenas ao curso de Medicina, como se ESTE fosse o único curso da universidade. Alega ele que apenas 20 das 80 vagas de medicina, pois a Univasf só tem o curso de Medicina, são ocupadas por nativos. Respiro³.
Primeira coisa, preciso informar a todos que A UNIVASF NÃO É FORMADA APENAS PELO CURSO DE MEDICINA!
Segundo, o autor do texto se engana quando afirma que a Univasf não contempla os sertanejos.
Vamos lá, apresento agora dados OFICIAIS da Secretaria de Registro e controle acadêmico da Univasf , falando da origem dos matriculados no ano de 2013, e que mostra o contrário do que foi falado:

“Com relação ao total de aprovados no PS-ICG 2013, 90,3% (1198 aprovados)
são oriundos da Região Nordeste e 74% (983 aprovados) são naturais das seis
Mesorregiões nas quais a Univasf atua. Portanto, a maioria das vagas é
ocupada por candidatos naturais das Mesorregiões atendidas pela Univasf.

Do total de aprovados das Mesorregiões, 55% são oriundos da RIDE Polo
Petrolina/Juazeiro. Dos aprovados da RIDE, nota-se que 93,73% são oriundos
dos municípios de Petrolina e de Juazeiro. ”

Isto pode ser acessado no site: http://www.srca.univasf.edu.br/arquivos/PS_ICG_2013_Estatisticas.pdf e faz parte de um conjunto de estatísticas que a Secretaria vem divulgando desde 2010.

O autor ainda usa o exemplo da UFPE, uma das poucas Universidades do país a não adotar o Enem, pra alegar que a Univasf não deve adotá-lo. Respira³.
Pera, quer dizer que temos que seguir a minoria? Quer dizer que não levaremos em conta as razões da UFPE?
O autor do texto esquece ou desconhece que a própria UFPE estuda adotar o Enem em breve, como pode ser lido aqui:http://vestibular.leiaja.com/2013/ufpe-estuda-acabar-com-o-vestibular.
Em resumo, querem dar o atestado de burrice para o sertanejo. Querem dizer que não podemos concorrer com os intelectuais do sul. Querem provar que somos burros. Desculpe, mas eu não sou. Eu não sou e não aceito atestado de burrice. Nasci no sertão, morei no sertão e fui estudante de escola pública a minha vida toda. Passei no Enem duas vezes, e hoje -olha!- curso Medicina! Pois é, e não precisei de atestado de burrice para isso.
Sou sim a favor do Enem e não tive medo de concorrer com o resto do Brasil, pois como diz o escritor, sou antes de tudo um forte.
E pra encerrar, supondo que na Univasf só tenha o curso de Medicina, provo que mesmo assim o autor está errado:
Em 2013, 58 alunos de medicina eram no nordeste, destes, 46 de pernambuco e Bahia. Desdes, 13 fazem parte da RIDE Juazeiro-Petrolina. 26 são das mesorregiões atendidas pela Univasf.
Contra os dados, não há argumentos. Não há atestado de burrice.
E caro autor, não sou burro, o sertanejo não é burro, e não preciso jogar a culpa em outros fatores se filhos mimados da elite não conseguem passar em MEDICINA, enquanto filhos de professores, como eu passam.
Acho que este é o verdadeiro problema.

Extraído do Blog Farnésio Silva

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *