“Tinha que proteger minha vida”, lamenta boxeadora italiana ao abandonar luta contra adversária trans em Paris-2024
Angela Carini desistiu após golpe intenso da argelina Imane Khelif, cuja presença nos Jogos gera polêmica por teste de gênero falho
![Angela Carini, boxeadora italiana chorando (à esquerda) e Imane Khelif, boxeadora trans da Argélia (à direita) Angela Carini, boxeadora italiana chorando (à esquerda) e Imane Khelif, boxeadora trans da Argélia (à direita)](https://www.brasil247.com/_next/image?url=https%3A%2F%2Fcdn.brasil247.com%2Fpb-b247gcp%2Fswp%2Fjtjeq9%2Fmedia%2F20240801110848_72c8aaf7c6b06a837fa030cc2bff3ffe5921c2edeff04fb72465f5dddf0dcaca.webp&w=3840&q=75)
“Não podia continuar. Meu nariz doía muito e eu disse: ‘parem’. Era melhor não continuar” — declarou Carini, ainda emocionada após a luta. — “Poderia ter sido a luta da minha vida, mas naquele momento eu também tinha que proteger minha vida”, lamentou.
A italiana, que treina regularmente com o irmão, comentou sobre a potência dos golpes recebidos, mencionando a intensidade da luta contra Khelif.
Khelif, de 25 anos, é uma das duas boxeadoras cuja presença nos Jogos de Paris tem gerado críticas. A argelina foi desqualificada do Mundial de 2023 por apresentar níveis elevados de testosterona que não atendiam aos critérios de elegibilidade. No entanto, tanto ela quanto a taiwanesa Yu Ting Lin, desqualificada pelo mesmo motivo, foram consideradas aptas para competir nas Olimpíadas de Paris, destaca reportagem da Folha.
Horas antes da luta, o Comitê Olímpico Argelino (COA) defendeu Khelif, afirmando que a boxeadora é vítima de “mentiras” e “ataques antiéticos”. O Comitê Olímpico Internacional (COI), que agora organiza o boxe olímpico devido a problemas de governança da Federação Internacional de Boxe (IBA), reiterou a legalidade da participação de Khelif nos Jogos, assegurando que todas as atletas cumprem as regras de elegibilidade.
“Todas as que competem na categoria feminina o fazem cumprindo as regras de elegibilidade da competição”, afirmou Mark Adam, porta-voz do COI.