‘Tive minha honra maculada pelo blog’, diz Procuradora
Da Redação
Em nota enviada à imprensa, a procuradora do município de Petrolina, Camila Cruz rebate as arguições do vereador de Juazeiro, José Carlos Medeiros (PV) quando ocupou espaço em duas emissoras de rádio na cidade pernambucana para defender o Blog da irmã, Vera Medeiros que foi condenado pela justiça através de ação impetrada pela própria procuradora.
“Tenho sido alvo de ofensas vindas de um vereador que nem mandato tem em Petrolina, Sr. José Carlos Medeiros, cuja conduta tem sido ir às rádios em defesa de sua irmã.
Por isso, eu, Camila Cruz, venho através dessa nota trazer alguns esclarecimentos acerca dos fatos colocados de forma totalmente deturpada, até mesmo porque o nobre vereador está em defesa de sua irmã, ou seja, está imbuído de muita emoção, afastando-se da razão.
Como cidadã, e não como ocupante de cargo público, movi um processo judicial contra o Blog da Folha e contra a Folha do São Francisco, de propriedade da irmã do ilustre vereador. O resultado desta ação foi uma decisão judicial favorável, daí o motivo da “revolta” do Edil.
Desde já, quero dizer que estou Procuradora do Município, apesar de SER servidora municipal efetiva, ingressa através de concurso público, sendo professora concursada da FACAPE. No entanto, estou aqui como cidadã do mesmo modo que me coloquei no processo judicial.
Tive minha honra maculada com uma nota publicada pelo Blog mencionado que, ao contrário do que afirma o vereador, NÃO FOI UMA SIMPLES REPRODUÇÃO de uma Portaria do Ministério Público Federal. Para quem quiser conferir, pode olhar o processo no juizado especial de Petrolina para comprovar que a notícia foi tendenciosa e deturpada, até mesmo porque os fatos investigados ocorreram na gestão municipal passada, e não nessa. Não se pode confundir liberdade de imprensa com irresponsabilidade jornalística. Ninguém está acima da lei, nem mesmo a imprensa. Sou veementemente contra a censura prévia, mas não posso compactuar com reportagem tendenciosa e que busca somente macular a imagem alheia.
Desse modo, buscando meus direitos, fui até à justiça como cidadã que sou. Não posso me calar quando sou ofendida e sei que esse sentimento serve para qualquer pessoa. Todos aqueles que de alguma forma se sentem ofendidos devem buscar os seus direitos. Isso é um princípio democrático.
O vereador fala que estou perseguindo… ora, quem maculou minha honra foi o Blog e o fez sem qualquer conduta minha anterior. Eu apenas utilizei-me dos meios legais que é direito de todos e verdadeiro exercício da democracia.
Para todos os Poderes legalmente constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário) existem órgãos fiscalizadores. Então pergunto: quem poderia corrigir um dano que me foi causado por uma matéria jornalística se nem mesmo fui procurada para dar a minha versão dos fatos? Meu nome foi jogado na lama sem eu sequer ser ouvida. Isso seria justo??? Pensem nisso.
Não houve, na época, por parte do Blog, nenhuma manifestação de busca da notícia e porque não falar em humildade. Em momento algum fui contatada para saber do que se tratava a convocação do Ministério Público Federal e, se tivesse sido, eu mesma explicaria tudo da melhor forma. Acrescente-se que até este momento, o Blog condenado não me procurou para sequer oferecer uma matéria de retratação. Até nos conflitos deve haver respeito dos opoentes.
Quanto às outras 26 ações judiciais que o nobre vereador fala que ingressaram sob o meu comando, eu nem mesmo tinha conhecimento de suas existências. Será os outros cidadãos também não se sentiram ofendidos e foram em busca dos seus direitos na Justiça???
A decisão que obtive em nada tem haver com a minha família que merece ser respeitada. Sou advogada, professora, estudiosa das leis e por isso conhecedora dos meus direitos e vou em busca daquilo em que acredito sem qualquer interferência ou qualquer influência. Penso por mim mesma.
Por fim, digo que para quem não se conforma com uma decisão judicial existem os recursos cabíveis à disposição das partes, direito este que existe também para a irmã do vereador, embora até este momento não tenha sido utilizado. Ela deve ter os seus motivos. Isso sim é praticar a tão lembrada democracia, não levando os fatos para o campo pessoal, coisa que jamais fiz ou farei.